15.04.1934
Deutsch
Porto
Tibiriçá, 15 April 1934
Liebe Lotte!
Endlich kam Deine
Karte an und erklärte Dein langes Schweigen. Du kannst Dir ja ungefähr denken,
wie das ist, wenn man wartet und wartet. Mich freut vor Allem, dass der Grund
des langes Ausbleibens Deiner Post ein Guter ist und ich bin nur ein wenig traurig,
dass ich nicht auch dabei sein konnte in Santos. Jetzt hab ich mich so langsam
eingelebt und habe zwei kg zugenommen. Am vergangenen Donnerstag war Herr
Spannhaus hier (ein Bekannter von Herr Meyer) und wir haben zusammen mit einer
Gruppe Wenceslauer einen Ausflug nach Matto Grosso hinüber gemacht. Es war
wunderschön und ich habe bedauert, dass Du die Stromfahrt nicht mitmachen
konntest. Ich habe noch immer kein Zimmer und mir ist noch nicht möglich an
Pitschis zu schreiben. Es wird nämlich am Dynamo ein Teil ausgewechselt und da
haben wir kein Licht. Im Hotel, wo ich noch wohne, sitzen allabendlich die
Blauen beieinander und spielen und machen einen Heidenlärm, so dass an ein
Schlafen ebenso wenig, wie an Lesen oder Schreiben zu denken ist.
In São Paulo hält sich gegenwärtig ein Herr
Wende auf, dessen junge Frau hätte Dich gerne gesprochen und Dir etwas von hier
erzählt. Da Du nicht im Hause bist ist das leider hinfällig. Ich glaube Frau
Wende hätte Dir gefallen. Hier kommen verhältnismässig viele Fremde her. Jetzt
grad ist wieder ein Reisender hier, ein gewisser Costa von Theodor Wille, der
kennt Herrn Klein, Malzinsky und Nüssler und ganz Joinville. Das gibt immer Gesprächsstoff.
Heute habe ich ein paar Aufnahmen gemacht von
Porto und mit dem nächsten Brief kriegst Du Bilder. Was ist denn mit Frau
Martha? Ist sie krank? Warst Du schon einmal im Schubertchor? Hast Du das Buch
von Ganghofer[1] schon
geholt und auch gelesen? Hast Du vielleicht schon was erfahren, ob ein Brief
für mich da ist? Ich möchte so viel wissen. Wenn Du Zeit hast, schreib mir
alles, was Dir so vorkommt. Mich interessiert alles! Am liebsten hätte ich Dich
da. Von dem, was ich alleine brauche, könnten zwei gut leben. Wohnung frei,
Möbel frei. In Wahrheit Du fehlst mir wirklich und jetzt erst, wo nun
tatsächlich neues Leben in Adern pulst, empfinde ich doppelt die Trennung von
Dir. Wenn Du nach Bosque kommst, grüsse die Herrschaften von mir. Paul will ich
noch selbst ein paar Zeilen schreiben. Auch an Rickmanns muss ich schreiben,
die wissen noch gar nicht, dass ich weg bin.
Also lass bald was von Dir hören mein Jung,
eine grössere Freude gibt nicht für mich, als ein paar Zeilen von Dir. Freilich
ein schwacher Ersatz aber da „kaast nix macha“[2]!
Ich glaube fest, dass es jetzt besser wird.
Mit vielen und herzlichen Grüssen
Dein alter Treue Richard
Alle Rechte Vorbehalten
[1] Ludwig Albert Ganghofer
(* 07/071855- † 24/07/1920) war ein bayerischer Schriftsteller, der durch seine
Heimatromane bekannt geworden ist. Wikipedia
https://de.wikipedia.org/wiki/Ludwig_Ganghofer
[2] Kannst du nichts machen
Português
Porto Tibiriçá, 15 de abril de 1934
Querida Lotte!
Finalmente a sua carta chegou e eu entendi o seu
longo silêncio. Mas você pode imaginar como é quando a gente fica esperando
algo ansiosamente e fico feliz em saber que houve um bom motivo para eu não ter
recebido as suas cartas, só fico um pouco triste porque não pude ir com você a
Santos. Agora eu estou começando a me adaptar melhor e engordei dois quilos. Na
quinta-feira passada, o Herr Spannhaus (um conhecido do Herr Meyer) esteve aqui
e nós fizemos uma excursão, subindo para o Mato Grosso, junto com um grupo de
moradores de Wenceslau. Foi maravilhoso, só senti muito que você não estava
aqui para fazer o passeio de barco com a gente. Eu ainda não tenho um
quarto e ainda não foi possível escrever para o Pitschi. Eles
vão trocar uma peça do dínamo e por isso não temos luz no momento. No
hotel em que estou me hospedando, os bêbados se reúnem todas as noites. Eles
jogam e fazem o maior estardalhaço, de modo que dormir, ler ou escrever ficam
fora de questão.
No
momento, o Herr Wende está com a esposa dele em São Paulo. Ela disse que te
encontraria com prazer para te contar pouco mais daqui.
Mas, infelizmente, isso não vai acontecer já que você não está em casa. Eu
acho que você teria gostado dela. Frequentemente vem gente de fora para cá,
agora mesmo acabou de chegar um senhor Costa von Theodor Wille, que conhece o
Herr Klein, o Herr Malzinsky, o Herr Nüssler e todo mundo em Joinville. Isso é
sempre motivo para fofoca.
Hoje
tirei algumas fotos do Porto e você irá recebê-las na próxima carta. O que
aconteceu com a Frau Martha? Ela está doente? Você já esteve no coral Schubert?
Você já pegou e leu o livro do Ganghofer[1]?
Você já foi ver se tem alguma carta para mim? Eu quero saber tanta coisa. Se
você tiver tempo, escreva para mim contando tudo que te vier à cabeça. Eu me
interesso por tudo! Eu queria tanto que você estivesse aqui. Aqui eu tenho todo
o conforto que preciso para sobreviver e em quantidade suficiente para duas
pessoas. Livre, leve e solto! A verdade é que eu sinto muito a sua falta e,
agora, com uma nova vida pulsando nas veias, nossa separação dói ainda mais.
Quando você for ao Bosque, mande um abraço meu aos conhecidos de lá. Quero
escrever pessoalmente algumas palavras para o Paul e também quero escrever para
os Rieckmann, eles ainda não sabem que eu fui embora.
Me
escreva logo, minha pequena. Não tem nada que me deixe mais feliz do que ler
algumas palavras suas. Logicamente, elas não substituem a sua presença, mas não se pode fazer na a respeito.
Eu
acredito, de verdade, que tudo vai melhorar.
Muitos beijos apaixonados
Do seu velho e leal Richard
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[1] Ludwig Albert Ganghofer. (*07/07/1855 -† 24 /07/1920) escritor alemão que ficou conhecido por seus romances da região da Baviera
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