17.05.1936


 

Porto Tibiriçá, 17. Mai 1936

Du liebes Mädel!

Ordentlich müde sind wir heute nach Hause gekommen, Patzina und ich. Wir waren den ganzen Nachmittag auf dem Fluss und im Wasser bei herrlichem Wetter. Der Tag heute war eigentlich zu einem Ausflug nach dem Rio Taguarassú bestimmt. Wir hatten alles vorbereitet, Proviant und Decken zum Übernachten und als wir abfahren wollten mit der Motorlancha[1] von Schiller, da ging das Ding einfach nicht und wir mussten wieder aussteigen und da war es zu Hause, d.h. in Porto Tibiriçá auch ganz schön. Ich hatte nicht erwartet, dass uns Schiller zu dem Ausflug einladen würde, denn wir haben ihm kurz vorher ein Projekt zerstört. Er beabsichtigte nichts anderes als die Küche in unserm Hause zu benutzen und eine Art gemeinsamen Mittagstisch auf zu machen, da er seine Pension verloren hat, weil seine Wirtsleute von hier wegziehen. Gott sei Dank hat sich die Geschichte zerschlagen. Ich will nicht gerne andere Leute in unserm Häuschen drin haben vor wir einziehen.

Gestern habe ich den ersten Brief von meiner Schwester Frieda bekommen seit ich von Europa weg bin. Sie schreibt sehr nett und zufrieden, klagt allerdings über den Mangel an Sonne. Das war auch im März. Wir haben daran wirklich keinen Mangel zurzeit. Patzina erwartet Mitte des nächsten Monats seine Frau und seine Kinder auf 8 Wochen und ist schon ganz erfüllt von der Vorfreude. Wann kann ich Dich erwarten? In vier Wochen ist der Dampfer fertig und dann fangen die Schreiner an verschiedene kleinere Möbelstücke für uns zu machen. Das Häuschen ist jetzt gekalkt worden und bekommt grüne Fensterläden und sieht jetzt schon sehr nett aus.

Ich habe auf dem gewöhnlichen Wege 250$000 an Dich überwiesen, um die vier Conto[2] voll zu machen. Aber wenn Du Geld brauchst steht es auch Dir zur Verfügung. Ich habe Dich nicht gefragt, was Du alles brauchst und gebraucht hast und ob Dir genügend Bargeld zur Verfügung steht. Das musst du schon verzeihen, denn genau genommen die paar Stunden, welche uns geboten waren, habe ich an alles andre gedacht, nur nicht an die schrecklich realen Fragen, die aber schließlich doch da sind. Wenn Du irgendwie Bargeld in die Hand brauchst, musst Du nur schreiben. Wenn Du den Betrag von der Matriz abholst, bitte ich Dich wenn möglich zwei kleine Tüten mit Samen von der Kapuzinerkresse zu besorgen und auf der Matriz für mich abzugeben Die will ich in Kästen auf der Veranda aus sähen damit etwas grünes am Haus ist, bis andre Pflanzen nachgewachsen sind. Den Samen kriegst Du bestimmt bei Dierberger in der Líbero Badaró.

Nächste Woche kommt unser oberster Chef Her Slomann aus Hamburg, da wird jetzt eifrig geputzt und gestrichen, damit alles schön aussieht, wenn er kommt.

Bis jetzt habe ich an Neise, Pitschi und Meyer geschrieben. Hast du die Felle schon erhalten? Es ist zu dumm, dass dies Nest Tibiriçá so weit weg ist von São Paulo. Wenn man nur sonntags wenigstens einen Rutsch machen könnte. Da bräuchte man nicht immer Briefe Schreiben, in denen fast nichts drin steht. Denn das, was man so gerne schreiben möchte lässt sich ja gar nicht schreiben, das kann man höchstens zwischen den Zeilen lesen, Und noch nicht einmal das. Die Zeit, die ich jetzt hier im Porto mitmache, ist wohl die unruhigste in meinem Leben bis jetzt. Am liebsten möchte ich manchmal alles hinwerfen und nach São Paulo fahren. Aber die klare Vernunft, macht sich doch immer wieder geltend, „Wenn auch nur schwach“ würde Abraham sagen. Und dann setzt man sich hin und halt seine armseligen Gedanken auf ein Stückchen ebenso armseliges Papier und setzt einen Gruss und Kuss darunter und das ganze nennt man dann einen Brief.

Na hoffentlich ist die schöne Zeit des Briefschreibens bald vorüber.

Meine Gedanken sind immer bei Dir und Gruß und Kuss, wie oben aber auch einen festen embrasso[3] auch an Deine Donna Mocinha.

Das heißt Donna Mocinha nur meinen Gruss.

Dein Richard.



[1] Motorboot

[2] Währung, 1 „conto de réis“ ist gleich 1 Millionen Réis

[3] Umarmung, er hat es versucht das Wort „abraço“ zu schreiben

 

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Porto Tibiriçá, 17. 05. 36

Minha querida garota!

Hoje Patzina e eu chegamos bem cansados em casa. Ficamos a tarde toda tomando banho de rio já que o tempo estava maravilhoso. Tínhamos uma passeio programado para hoje para o rio Taguarassú. Já estava tudo preparado, cobertas para não ficarmos com frio de noite e provisões, mas quando estávamos prontos para sair a lancha a motor do Schiller simplesmente não funcionou e precisamos desembarcar. Ficamos em casa, ou seja, Porto Tibiriçá e mesmo assim foi bem gostoso. Eu nunca achei que o Schiller ia convidar a gente para um passeio, já que um pouco antes nós vetamos um projeto dele. Ele queria usar a cozinha da nossa casa para fazer uma espécie de almoço comunitário, já que perdeu a pensão dele por falta de quórum, já que seus hóspedes estão se mudando daqui. Mas ainda bem que essa história acabou, eu não quero pessoas estranhas dentro da nossa casa antes da gente se mudar. Ontem eu recebi a primeira carta que a minha irmã Frieda mandou desde que eu saí da Europa. Ela escreveu uma carta bem alegre e legal, acima de tudo se queixa da falta de sol. Mas isso foi em março. Esse tipo de falta a gente não sente por aqui de jeito nenhum. No meio do mês que vem o Patzina está esperando a chegada da mulher dele e dos filhos, eles vão ficar 8 semanas e ele está todo contente. Quando será que eu posso esperar por você? Em 4 semanas, o barco a vapor estará pronto. Aí os marceneiros vão começar a fazer os nossos móveis. A casa foi tratada com cal, agora vai receber venezianas verdes e parece que vai ficar bem legal.

Eu enviei R$ 250.000 para você da maneira tradicional, assim conseguiremos completar os quatro contos[1]. Mas se você estiver precisando pode usar o dinheiro. Eu esqueci de perguntar se você está precisando de alguma coisa ou se tem dinheiro o suficiente à sua disposição. Me desculpe, nas poucas horas que estivemos juntos eu pensei em tudo mas não pensei nessas questões horrorosas que fazem parte da nossa realidade. Se você precisar de dinheiro na mão é só me falar. Eu gostaria de te pedir um favor: me arrume dois saquinhos de semente de capuchinha e leve lá na matriz quando você for pegar o dinheiro. Eu quero plantá-las em caixotes na varanda para deixar um pouco de verde enquanto as outras plantas vão crescendo aos poucos. Você consegue essas sementes lá no Dierberger na Líbero Badaró. Na semana que vem chega da Alemanha o senhor Slomann, que é o chefão, por isso eles vão limpar e pintar tudo para ficar bem bonito.

Até agora escrevi para o Neise, o Pitschi e para o Meyer. Você já recebeu as peles? Eu odeio que Tibiriçá seja tão longe de São Paulo, seria ótimo se desse pelo menos para dar uma escapadinha aos domingos, aí a gente não precisava escrever tanta carta sem conteúdo. Até mesmo porque tudo que a gente quer escrever não pode ser escrito, pode no máximo ser lido nas entrelinhas e muitas vezes nem isso. 

Até agora esses dias são os mais agitados desde que cheguei aqui em Porto, mesmo assim eu queria mesmo era jogar tudo para o alto e ir embora para São Paulo. Mas aí o juízo volta para o lugar certo e como diria o Abrahan, "superamos nossas fraquezas". A solução é se sentar e dividir os nossos pobres sentimentos com um pedaço de papel e mandar algumas saudações, esse conteúdo todo é chamado de carta.

Mas estou esperançoso de que a temporada das cartas vai acabar logo.

Estou com meus pensamentos sempre em você e te mando um beijo e um abraço[2] bem apertados, para a Dona Mocinha também.

Quer dizer, para a Dona Mocinha mando somente as minhas saudações.

Do seu Richard



[1] 1 „conto de réis“ é igual a um milhão de réis

[2] No texto em alemão ele tentou escrever abraço, mas escreveu “embrasso”

 

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