18.08.1936

 



Porto Tibiriçá, 18. August 1936

Liebe Lotte!

Heute will ich Dir schnell ein paar Zeilen schreiben, damit Du nicht glaubst, ich wäre in den Paraná gefallen und ersoffen. Das ist schon aus dem Grunde nicht so leicht möglich, weil wir gegenwärtig den tiefsten Wasserstand haben, den der Fluss im Jahre überhaupt erreicht.

Deine etwas kurz ausgefallene Antwort auf meinem letzten Brief habe ich überwunden, nachdem sich herausstellte, dass unser Häschen zwar recht schön ist, aber die Wasserleitung leider nicht richtig funktioniert. Jetzt muss ich am Mittwoch erst einmal neuen Rohre bestellen und dann wird eine neue Leitung gelegt, was immerhin etwa 5 Woche dauert.

Ich lege eine Aufnahme von unserm Hause bei, die Herr Patzina gemacht hat. Das kleinere Bildchen zeigt den Dampfer Brilhante mit Ausflüglern. Du kannst daraus ersehen, dass es hier im Porto an Movimento[1] nicht fehlt.

Besonders die letzten Wochen war es sehr lebhaft hier und die laufenden Bilanzarbeiten haben mir außerdem viel zu schaffen gemacht, aber jetzt bin ich endlich fertig. Eigentlich hatte ich beabsichtigt nach São Paulo zu kommen, um mit Dir mich auszusprechen und das endgültige Datum unserer Hochzeit noch weiter hinaus zu schreiben. Auf jeden Fall will ich endlich einmal klarsehen, und auch Dir wird es sehr guttun, wenn Du Dich einmal endgültig entschieden hast.

Wenn ich in dem neuen Hause auch noch nicht wohne, habe ich doch schon angefangen es zu möblieren. Uns es wird sehr schön werden, Nur am Garten kann ich noch nichts machen, wegen der Wassergeschichte.

Die Familie von Herrn Patzina ist wieder in São Paulo. Frau Patzina schrieb, dass Sie Dich angerufen hätte, aber Du seist nicht zu Hause gewesen. Herr Meyer hat mir endlich die versprochenen Bücher geschickt durch Neise, welcher mir auch ein paar Zeilen dazu schrieb, aber nichts von Bedeutung. Er erwähnt nur einmal, dass er Dich in der Stadt getroffen hätte und bittet um Fotos, die Du ihm gezeigt hättest. Ich weiß nun allerdings nicht mehr, welche das waren.

Du schreibst auch von der „Auxiliadora Predial“. Wenn es nicht zu spät ist, schicke ich Ende des Monats oder Anfang des nächsten ein paar hundert mil réis. Ich muss mir jetzt immer einen gewissen Stock an Bargeld halten, wenn was zu kaufen ist oder zu reisen.

Von Deutschland bin ich bis dato ohne Nachricht seit April. Herr v. d. Schulberg war drüben und ist wiedergekommen. Er fand alles sehr schön dort, aber er fühlt sich zu beengt. Er braucht den Campo und ein Pferd, sonst fühlt er sich nicht wohl. Fräulein Hanna, die Tochter von Donna Hertha ist auch in Deutschland bei Verwandten, aber anscheinend leidet sie sehr Heimweh. Das Mädel ist in Brasilien und Paraguay aufgewachsen und nur sehr selten in die Stadt gekommen. In den letzten drei Wochen waren hier zu Besuch der kleine Longo, den kennst Du ja, es ist der Einkäufer der Matriz. Zwei Typfräulein aus der Matriz, Oberschwester Marga vom Deutschen Krankenhaus und Schwester Elfriede. Auch Herr Rieger, der früher Stockist[2] hier war und nach Entre-Rios versetzt worden ist. Generalkonsul Speiser, der italienische Konsul, ein Lehrer von der Olindaschule[3]. Kurz es war dauernd was los.

Jetzt muss ich schliessen wegen der Post.

Auf baldige Antwort rechnend grüsst und küsst Dich recht herzlich.

Dein Richard.

P:S. Grüße auch Donna Mocinha von mir.



[1] Bewegung

[2] Lagerist: auf Portugiesisch „estoquista“

[3] (Olinda Schule). Die Schule wurde 1878, einem Anliegen der Deutschen in São Paulo zufolge, mit dem Namen „Deutsche Schule“ gegründet. 1910 zog Die Schule 
um zur Olinda Straße, später bekannt als Franklin Roosevelt Square. Der Unterricht erfolgte sowohl in deutscher als auch in portugiesischer Sprache. Während des 
Zweiten Weltkrieges, als Brasilien gegen Deutschland antrat, erhielt die Schule den Namen „Colégio Visconde de Porto Seguro“, genannt nach dem berühmten
deutschstämmigen Historiker Brasiliens, Francisco Adolfo Varnhagen. Der Unterrichtwurde von da ab in portugiesischer Sprache erteilt, der Deutschunterricht war untersagt. Wikipedia

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Porto Tibiriçá, 18.08.36

Querida Lotte!

Hoje estou escrevendo rapidamente para que você não pense que eu caí no rio Paraná e me afoguei. Isso, para falar a verdade, não é tão fácil de acontecer porque no momento estamos com o nível de água mais baixo que o rio já alcançou neste ano.

A resposta da sua última carta eu superei depois que descobri que, apesar de a nossa casinha já estar pronta, o encanamento não está funcionando perfeitamente. Na quarta-feira preciso pedir novos canos e a instalação de tudo vai demorar pelo menos umas 5 semanas.

Estou mandando uma foto que o Patzina fez da casa. A foto menor é do barco a vapor cheio de visitantes a passeio. Como você pode ver, movimento é o que não falta aqui em Porto.

Especialmente na semana passada a cidade estava muito cheia de vida, conseguimos fazer bastante coisa do balanço também e agora finalmente terminamos. O que eu quero mesmo é ir para São Paulo falar com você e finalmente marcar contigo a data do nosso casamento. De todas as formas, eu quero tirar isso a limpo e acho que vai ser bom para você depois que tomar a decisão.

 Mesmo que eu não esteja morando ainda na casa nova, já comecei a mobiliar. Vai ficar muito bonita, só não posso fazer muita coisa no jardim ainda por causa da história da água.

A família do Patzina já voltou para São Paulo. A esposa dele escreveu contando que ela te ligou, mas você não estava em casa. O Meyer finalmente me enviou os livros prometidos através do Neise, que também escreveu um pouco, mas nada significativo. Ele somente me contou que te encontrou na cidade uma vez e pediu para ver algumas fotos, e você mostrou para ele. Só não sei quais fotos que eram essas.

Você escreveu contando da “Auxiliadora Predial“, se não for tarde demais, eu envio no final do mês ou no começo do mês que vem algum dinheiro. Eu preciso ter sempre um pouco de dinheiro vivo comigo, no caso de precisar comprar alguma coisa ou viajar.

Desde abril até agora não recebi mais notícias da Alemanha. O Herr von Schulberg foi para lá e já voltou. Ele gostou bastante de lá, mas se sentiu um pouco sufocado. Ele precisa do campo e de um cavalo, caso contrário não se sente bem. A Fräulein Hanna, filha da Dona Hertha, também está na casa de parentes na Alemanha, mas parece que está com muitas saudades de casa. Ela nasceu no Brasil e cresceu no Paraguai e quase nunca ia para a cidade grande. O pequeno Longo esteve aqui nas últimas três semanas. Você sabe quem ele é. É um comprador lá da matriz. Duas senhoras lá da matriz, a enfermeira chefe Marga do hospital alemão e a enfermeira Elfriede, também o Herr Rieger, o antigo estoquista, que foi transferido para Entre-Rios, vieram para cá por uns dias. Além deles, o cônsul geral Speiser, o cônsul italiano e um professor da “escola Olinda”[1]. Em um espaço de tempo pequeno aconteceu um monte de coisas.

Agora preciso terminar por causa do correio. Espero uma resposta em breve, beijos e abraços apaixonados.

Do seu Richard

P.S. Dê um abraço meu na Dona Mocinha por mim.


[1] (Escola de Olinda) A escola foi fundada em 1878, com o nome de "Escola Alemã" segundo uma preocupação dos alemães em São Paulo. Em 1910, a localizar-se na rua Olinda, posteriormente conhecida como Praça Franklin Roosevelt. As aulas eram ministradas em alemão e português. Durante a Segunda Guerra Mundial, quando o Brasil conquistou a Alemanha, a escola foi batizada de "Colégio Visconde de Porto Seguro", em homenagem ao famoso historiador do Brasil Francisco Adolfo Varnhagen. A partir daí, as aulas foram dadas em português, as aulas de alemão foram proibidas. (Wikipedia)




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