17.06.1934


Porto Tibiriçá,17.06.1934

Liebe Lotte,

Dein sehnlichst erwarteter Brief hat mir viel Freude gemacht. Aus seinem reichen Inhalt ersehe ich vor allen Dingen das Eine, dass es Dir in jeder Beziehung gut geht. Du erinnerst mich dabei daran, dass ich endlich einmal an Paul schreiben muss. Die Zeit ist ja jetzt gerade reichlich knapp und Du kannst ihn ja vorläufig von mir grüssen, natürlich nur, wenn es Dir in den Kram passt. Ich stecke jetzt gerade bis über die Ohren in Hausfrauengeschäften, Bettwäsche Geschirr, Möbel, kurz die ganzen Dampferausstattungen nehme ich durch. Da ist alles vorhanden, was sich das Herz nur wünschen kann. Auch an Lebensmitteln ist alles da, von Reis und Bohnen [1] bis zum Kaviar und von der einfachen Garçoza bis zum teuersten Champagner. Man lebt in der Wildnis dahinten nicht schlecht, wenn man das nötige Geld dazu hat.
Am meisten Freude haben mir die beiden Bildchen von Brooklyn gemacht. Ich kann mich nicht sattsehen an den beiden kleinen Dingern. Du schaust so fröhlich aus, wie ich Dich schon lange nicht gesehen habe. Mag sein, dass ich vielleicht in meiner Elendszeit keinen ungetrübten Blick mehr hatte. Jetzt jedenfalls fange ich wieder an den Kopf höher zu tragen. Wenn auch der zweite Monat noch nicht ausgezahlt ist, so habe ich doch festgestellt, dass diesmal 200 Mil
[2] auf die Seite legen kann. Der dritte Monat ist auch bald rum und so geht es schon langsam vorwärts. Mit meinen Bildern gedenke ich auch noch Geschäfte zu machen sobald die Bilanz vorbei ist. Jetzt fehlt mir eigentlich nur noch ein Brief von daheim, um mir eine ganze Ruhe wiederzugeben. Willi wird ja jetzt schon wieder zurück sein von seiner Urlaubsreise. Ich bin leider nicht dazu gekommen nach dem Süden zu schreiben. Abends besuche ich jetzt öfters die Apothekerin des Ortes. Die ist so ungefähr ein Gegenstück zu Donna Lery. Aber sie hat eine erwachsene Tochter, die auch ganz nett ist, sodass wir (wir sind nämlich 4 Junggesellen) da ganz nette Abende verleben. Im Übrigen mache ich mehr und mehr die Entdeckung, dass dieser alte Porto ein ganz gewaltiges Klatschnest ist, wie es in der Stadt einfach nicht möglich ist, wegen der Vielseitigkeit der Interessen. Das müsste für manche Leute ein Eldorado sein. Wenn ich an Paul schreibe, werde ich Dich mit keinem Worte erwähnen. An Rieckmanns habe ich heute geschrieben. Wenn Du wieder nach Brooklyn kommst, grüsse alle recht herzlich mir. Petrowski musst ein bisserl vertrösten. Was du von Fräulein Wiese schreibst, freut mich mit der Einschränkung, dass sie eben nicht mehr bei Dir sein kann. Es ist wohl mehr Gefühlssache als Menschenkenntnis aber ich aber mich immer gefreut, dass Du dieses Mädel als Freundin gefunden hast. Schon allein aus dem Grunde, weil sie ledig ist. Verheiratete Freundinnen haben auch bei dem Besten Willen doch immer geteilte Interessen, was im Grunde genommen ja auch ganz natürlich ist.

Mein Liebes Mädel! Jetzt komme ich mit einer Bitte. Schreibe mir doch im nächsten Brief, ob es Dir möglich ist einige Kleinigkeiten für mich in São Paulo zu besorgen. Es sind Schuhe und etwas Wäsche, die ich in der Stadt billiger kriege, wie hier. Wenn ja, dann schicke ich Dir das Geld dazu durch die Cia. Aber nur, wenn Du glaubst das ohne besondere Störung machen zu können.

Für heute muss ich schliessen, damit Dein Brief noch mitkommt. Grüsse Dona Mocinha von mir.

Der Fieberanfall ist glücklich unterdruckt worden, ich habe die Hoffnung, dass ich vielleicht vor Beginn der eigentlichen Fieberperiode von hier noch wegkomme.

Für heute und bis zum nächsten bleibe ich mit Sehnsucht und vielen …

Dein alter treuer Richard.

N.B. Wie geht es zu Hause? Ich meine in Curytiba.

 

Nächster Brief am 29.06

Alle Rechte Vorbehalten


[1] Brasilianisches Nationalgericht

[2] 2 hundert tausend Réis (Brasilianische Währung)

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Porto Tibiriçá, 17 de junho de 1934

Querida Lotte,

A sua carta, que tanto esperei, me deixou muito feliz. Pelo conteúdo rico, consigo ver que você, acima de tudo, está indo bem em todos os seus relacionamentos. Você me lembrou que preciso escrever para o Paul pelo menos uma vez. Agora não tenho tempo, então, você pode cumprimentá-lo antecipadamente por mim, mas, claro, se somente for possível. Eu estou agora “cheio até a tampa” de serviços domésticos para fazer. Lençóis, louças, móveis, rapidamente vou cuidando de todos os suprimentos do barco a vapor. Lá tem tudo o que o coração pode desejar. E comida também, do arroz com feijão ao caviar, e a bebida, do mais barato Garçoza até o mais caro champanhe. Quem ganhar o suficiente consegue viver bem confortável ali na natureza. As duas fotinhos do Brooklin me trouxeram muita alegria, não me canso de olhar para essas duas coisinhas. Você parece tão feliz como não a via há bastante tempo. Pode ser que, por causa da minha depressão, eu não tenha visto as coisas mais claramente. Agora pelo menos eu comecei a levantar a cabeça. Ainda não recebi o salário do segundo mês, mas, mesmo assim, consegui calcular que desta vez poderei poupar duzentos mil[1] . O terceiro mês também já passou e lentamente estou fazendo progresso. Quero negociar minhas fotos assim que o balanço acabar. Agora só falta receber uma carta da minha casa para a minha paz voltar inteiramente. O Willi já deve ter voltado da viagem de férias, e eu infelizmente ainda não consegui escrever para o Paul. De noite, eu visito frequentemente a farmacêutica do bairro. Ela me lembra bastante a Dona Lery. De resto, eu estou descobrindo, mais e mais, que este porto velho é um grande e perigoso ninho de cobras, coisa que não acontece na cidade, devido à grande divergência de interesses. Aqui para alguns deve ser o “El Dorado“. Não vou te avisar quando eu escrever para o Paul. Hoje eu escrevi para os Rieckmann. Quando você for para o Brooklin, cumprimente todos adequadamente por mim. Os Petrowskis devem estar precisando ser consolados. Pelo que você me escreveu sobre a Fräulein Wiese, eu fico feliz por ela, mas com ressalvas, já ela não pode mais estar com você. É mais um sentimento do que o meu conhecimento sobre ela. Mas eu sempre me alegrei por você ter conhecido essa sua amiga. Pra começar, porque ela é solteira. As amigas casadas, mesmo na mais boa vontade, têm outros interesses, o que é absolutamente normal.

Minha amada garota! Agora eu te peço, me avise, por favor, na próxima carta, se você pode conseguir umas coisinhas em São Paulo para mim. São sapatos e roupas que eu posso encontrar mais barato na cidade do que aqui. Se sim, te envio o dinheiro pela Cia. Mas só se não for te incomodar.

Por hoje vou terminando para que a sua carta possa sair daqui a tempo de ser enviada. Cumprimente Dona Mocinha por mim.

Os ataques de febre foram, por sorte, controlados e eu tenho a esperança de já ter ido embora daqui quando o período de febre chegar de verdade.

Por hoje, eu me despeço e até a próxima carta eu fico com saudades. Muitas...

Do seu velho e fiel Richard

P.S. Como está tudo na sua casa?  Eu quis dizer Curityba. 

 

Próxima carta em 29.06

Todos os direitos reservados 

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[1] 200 mil Réis 

 



 

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