28.12.1936

 



Porto Tibiriçá, 28. Dezember 1936

Mein lieber, lieber Dickkopf!

Die Reise nach hier ist überraschend schnell uns angenehm verlaufen. Das kommt wohl daher, dass man mit frohem Herzen die Welt ganz andres sieht, und zwar schöner. Sag mal, hätten wir das nicht schon früher haben können? Solche Fragen sind eigentlich unnütz. Denn jetzt ist es so, und mit „wenn ich“ und „hätt ich“ lockt man doch keinen Hund hinter dem Ofen vor[1].

Wir hatten während der Reise wieder Regen, aber jetzt ist es wieder schön und dazu noch schön warm. Nur dieser Umstand hat mich abgehalten, Dich gleich mitzunehmen. Na ja, drei Monate sind zu ertragen. Zumal ich jetzt viel Arbeit habe und viel Briefschreiben muss. Haus und Garten fordern auch allerhand Zeit für sich. Das ist aber jetzt alles Spielerei. Du wirst am 1. Februar oder 1. März weggehen? Was sagt denn Donna Mocinha, Dein guter Geist?

Patzina fährt schon am 15. Januar weg von hier zu unser aller grossem Leidwesen. Ich kann mir den Porto ohne Patzina gar nicht vorstellen. Diese Woche noch werde ich an Deine Mutter schreiben. Die wird sich wundern. An Pitschi habe ich schon geschrieben, weil ich die beiden Leutchen doch nimmer aufsuchen konnte. Von Deutschland wäre ein Brief fällig, aber der kann durch alles Mögliche aufgehalten werden.

Dieser Brief ist ein sogenannter Postschlussbrief. Geschrieben ½ Stunde vor Abgang der Post. Wenn er weg ist, fällt mir gewöhnlich erst ein, was ich schreiben wollte. Solche Briefe habe ich Dir Übrigens schon viele geschrieben.

Für heute küsst Dich und grüsst Dich

Richard



[1] „so lockt man keinen Hund hinter dem Ofen hervor“: Bedeutung: veraltet, überholt. Umgangssprachliche Erklärung: Der Platz des Hundes war früher seine Hütte im Hof. Nur im kältesten Winter durfte er ins Haus, wo er häufig in der Fusshöhlung des warmen Ofens lag. Die Redensart taucht schon bei Grimmelshausen (1622-1676) auf. http://www.redensarten-index.de

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Porto Tibiriçá, 28.12.36

Minha querida cabeça dura!

Diferente do que esperávamos a viagem foi bem rápida e agradável. Estou certo de que essa sensação tem a ver com o estado de espírito, quando estamos felizes vemos o mundo de uma outra forma, muito mais bonita. A gente podia ter feito isso antes, não acha?  Mas e se tivesse sido de outro jeito? Esse tipo de pergunta não faz sentido, pois agora é como é, não dá para colocar a carroça na frente dos bois.

Choveu durante a viagem e agora está tudo bem quente e agradável de novo. Só por causa das condições climáticas eu abri mão de te trazer comigo. Tudo bem, eu acho que aguento mais 3 meses. A casa e meu trabalho exigem bastante esforço e no momento além do trabalho eu tenho muitas cartas para escrever. Mas agora é só alegria! Você sai daí dia 1 de fevereiro ou 1 de março? O que a bondosa Dona Mocinha disse a respeito disso?

Para a nossa tristeza o Patzina vai embora daqui dia 15 de janeiro. Eu não consigo nem imaginar Porto sem ele. Pretendo escrever para a sua mãe ainda nesta semana. Ela vai ficar entusiasmada. Eu já escrevi para o Pitschi, pois não tive tempo de ir visitar os dois. 

Ainda não recebi a minha carta da Alemanha, mas ela pode ter ficado retida por todos os motivos possíveis.

Essa é mais uma daquelas cartas que chegam no último minuto do expediente. Foi escrita meia hora antes do correio fechar. Quando ela já tiver saído, aí sim eu vou me lembrar do que eu realmente queria ter escrito. Já te escrevi várias cartas assim.

Por hoje beijos e abraços.

Richard

 

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