03.08.1934





 

Porto Tibiriçá, 03.08.1934

Liebe Lotte!

Jetzt bin ich grad an einem Brief an Pitschis, aber Ich kann nicht weiterschreiben. Erst Dir ein paar Zeilen. Es ist jetzt schon wieder Donnerstag, jeden Abend wollte ich Dir schreiben aber die Briefsünden hielten mich fest. Aber jetzt mag ich einfach nimmer. Erst kommst Du.

Hier ist es ganz unvermittelt wieder heiss geworden, wie im Hochsommer, so dass ich überhaupt in Zweifel bin ob ich noch warme Unterwäsche brauche. Da warte ich halt noch 4 Wochen und besorge dann Sommerwäsche. Jetzt bin ich 4 Monate hier, gespart habe ich 450$, dazu 170$ Verpflichtungen abgetragen und 140$ Kleidung und Schuhe angeschafft. Wenn die Pension nicht so teuer wäre, könnte ich leicht mehr zurücklegen. Jetzt wo ich so ziemlich alles habe, was ich brauche, kann ich mit monatlich 200$ rechnen, die ich zurücklegen kann. Ich habe noch einige kleine Schulden, aber da warte ich noch ein bisschen, bis ich fester stehe. Wenn ich keine Stellung hätte könnte ich Ja auch nicht zahlen. Aus dem Jagdausflug am Sonntag ist nichts geworden wegen der Hitze, denn da sind die Mosquitos sehr wild. So sitze ich jetzt abends meistens zu Hause und schreibe oder schau Bilder an.

Abends nach der Arbeit ist es ganz gemütlich, so im Liegestuhl auf der Veranda zu sein und wenn nichts andres, lässt man die Gedanken spazieren und wo die hingehen, kannst du Dir ja ungefähr denken. Vom Fluss herauf dröhnt der Chor der Frösche und von weiter quäkt irgendein Grammophon von einer Paraguaya. Und wenn die letzte Glut des Abends verloschen ist, blitzt Stern auf Stern am nachtblauen Himmel. Es sind dieselben, die auch auf euch in São Paulo niederschauen. Vielleicht lachst du darüber, weil doch die Sache ein wenig weitläufig ist, aber der Gedanke kennt weder Zeit noch Raum.

Anders ist es mit der Zeit. Wir sind hier mit der Sonne nicht eine ganze Stunde später dran. Wenn ihr in São Paulo schon aufgestanden seid, ist hier Nacht und wenn bei Euch Laternen angefangen zu brennen, dann guckt uns noch das Abendbrot in die Fenster. Drüben am andren Ufer aber ist tatsächlich alles eine Stunde später dran, denn da gilt die offizielle Zeit von Matto Grosso. Also soweit wäre alles ganz schön, nur die Sonntagnachmittage sind öde, wenn man allein zu Hause sitzt. Der einzige Trost ist dann nur der, dass jedes Ding seine Zeit hat.

An Pitschis habe ich geschrieben, so ein bisschen Schilderung von Land und Leuten. Kommst Du noch ab und zu hin? Der nächste Brief geht an Paul und dann geht wieder einer an die Mutter. Deine Grüsse sind mit Zeppelinpost nach drüber gegangen, so hat mich das gefreut! Aber jetzt werde ich mit Deinem Einverständnis wieder welche hinzufügen. Was hast Du für Nachrichten aus Curityba? Ist da alles gesund? Die große Feier im Handwerkerverein muss schön gewesen sein. Ich wusste bis dato nicht, dass der Verein in Curityba tatsächlich der grösste deutsche Verein in Südamerika ist.

Ulrich Neise hat mir ein Paket meiner Postkarten1 gesandt und da finde ich eine, die mir die liebste ist von allen und die ich schon einmal für Dich bestimmt hatte. Heute lege ich sie bei. Damals kam ich persönlich zu Dir, heute gehts tatsächlich nur per Karte, dazu habe ich diese herausgesucht.

Übrigens die Herren Montag und Reiner werden auch in den Schubertchor kommen und dort meine Grüsse ausrichten, vielleicht triffst Du sie da. Wenn du wieder nach Hause schreibst, schicke ich auch von mir herzliche Grüsse mit, besonders an Deine Mutter. Hier sind übrigens 2 Leute, die längere Jahre in Curityba waren. Der eine ist mein Adjutant, ein aufgeweckter Bursche, Deocletiano Araújo, mit dem ich mich sehr gut vertrage.

Und nun gute Nacht mein Jung

In Liebe und Treue

Dein Richard

Grüsse Dona Mocinha und Fräulein Wiese.

R.

nächster Brief am 12.08.

Alle Rechete Vorbehalten

1 Die Postkarten von Paul Hey (23.04.1934)
_______________________________________________________

Porto Tibiriçá, 03.08.1934

Querida Lotte!

Estou agora escrevendo uma carta para o Pitschi mas parei um pouco para escrever para você. Já é quinta-feira de novo, todas as noites eu pensei em te escrever mas não consegui, pois estava tirando o atraso de escrever para os outros. Mas agora não quero mais, você em primeiro lugar.

 De repente, esquentou muito de novo, como no auge do verão, e eu já não nem sei mais se preciso de roupas quentes ou frescas. Acho que vou esperar mais um mês e depois comprar roupas de verão. Estou aqui já faz 4 meses e conseguir poupar 450$, descontando 170$ de taxas obrigatórias e mais 140 para roupas e sapatos. Se a hospedagem não fosse tão cara, eu poderia poupar mais. Agora que eu já comprei quase tudo o que preciso, posso contar que poderei poupar aproximadamente 200 mil réis por mês. Ainda tenho algumas pequenas dívidas para saldar, mas vou esperar mais um pouquinho, afinal se eu não tivesse neste emprego não poderia estar pagando coisa nenhuma. A nossa caçada programada para o domingo não aconteceu porque estava muito quente e os mosquitos ficam muito agressivos. Na maioria das noites me sento em casa na varanda e pinto quadros ou vejo fotos.

À noitinha, depois do trabalho, é muito agradável, fico deitado na espreguiçadeira da varanda e não penso em mais nada além de deixar o pensamento fluir até onde ele deseja chegar. Lá fora no rio a cantoria dos sapos e mais adiante o gramofone de uma paraguaia. Quando o último raio do dia vai embora, começam a brilhar as estrelas num céu bem azul, são as mesmas estrelas que lá de cima olham para você aí em São Paulo. Talvez você dê risada porque elas estão tão longe, mas é assim, nos pensamentos não existe tempo nem espaço. Com a hora já é diferente, a gente está agora com uma hora a menos que vocês em São Paulo, estamos dormindo quando vocês já se levantaram e quando vocês acendem as lamparinas de noite, o jantar ainda está esfriando na janela. Na outra margem do rio, vale o horário do Matto Grosso e podemos observar que eles estão mesmo uma hora mais tarde que a gente. Seria tudo maravilhoso se não fossem os melancólicos domingos à noite, quando fico em casa sozinho. O único consolo é que cada coisa tem seu tempo.

Eu escrevi para o Pitschi uns relatos das pessoas e das coisas daqui. Você tem ido lá de vez em quando? A próxima carta vai para o Paul e a outra para a minha mãe. Seus cumprimentos foram lá para cima de Zepelim e eu fiquei muito feliz com isso. Mas agora se você me autorizar, vou saudá-los em seu nome novamente. Você tem notícias lá de Curityba? Estão todos bem de saúde? A grande comemoração da associação dos artesãos já deve ter acontecido. Eu não sabia que a associação de Curityba era a maior da América do Sul.

O Ulrich Neise me mandou o pacote com os meus cartões postais1 e eu achei aquele que eu mais gosto e já tinha dado para você, estou colocando-o no envelope. O primeiro eu dei pessoalmente, hoje envio somente por carta e para isso eu escolhi este.

O Herr Montag e o Reiner também irão ao coral Schubert, talvez vocês se encontrem por lá. Se você escrever de novo para a sua casa, mande um abraço meu especialmente para a sua mãe. A propósito, aqui tem 2 pessoas que moraram em Curityba por muitos anos. Uma delas é o meu ajudante Deocletiano Araújo, que é um jovem senhor, me dou muito bem com ele.

Boa noite, minha menina.

Com amor e fidelidade

seu Richard

póxima carta em 12.08.

todos os direitos reservados 

1Os cartões postais de Paul Hey 23.04.1934


 

Comentários

Instagram QR code and Linktre.e