23.09.1934

Porto Tibiriçá, 23 September 1934

Mein liebes Mädel!

Deinen lieben Brief habe ich schon Anfang der vergangenen Woche erhalten, aber es war mir einfach unmöglich, ihn gleich zu beantworten, wie ich so gerne getan hätte. Ich war einmal auswärts und dann kamen Direktorenbesuche und Revision und es war ein hin und her, dass die nötige Ruhe zum Briefschreiben einfach nicht zustande kam. Heute endlich ist Ruhe, alles ist fort, ausgeflogen auf die Kolonie. Was Du mir schreibst ist wenig erfreulich, aber im Ganzen kaum zu ändern. Besonders leid tut es mir um Pitschis. Das Geld, das Du zu Pitschis brachtest, habe ich am 20 Mai nach S. Paulo angewiesen. Ich schulde Herrn Pitschi 140$000, aber auf dem Wege, auf dem ich das erste Geld überwiesen habe, kann ich eine zweite Sendung nicht bewerkstelligen. Das dauert zu lange. Da heisst es eben zuwarten. Ich weiss auch ganz bestimmt, dass mir das Herr Pitschi auch nicht übel nimmt und das ist die Hauptsache. Ich habe jetzt 850$000 hier legen und es wäre mir ein leichtes zu zahlen, aber ich muss eine günstige Gelegenheit abwarten. Dir aber meinen besonderen Dank, denn es muss Dich viel Überwindung gekostet haben, dahin zu gehen. Herr Rieger kam heute, drei Tage vor Ablauf seines Urlaubs von Sao Paulo zurück und hat Dich nicht aufsuche können. Das tut mir herzlich leid, denn er hätte Dir doch viel erzählen können, viel mehr, als man schreiben kann. Rieger gefällt es hier besser, wie in S. Paulo, trotzdem er dort Eltern und Geschwister hat. Er hat Wilhelm Meyer getroffen und einen Brief an Herrn Saar abzugeben vergessen und wieder mitgebracht. Was Du mir schreibst über Dein Verhalten alter männlichen und weiblichen Klatschbasen gegenüber halte ich für unbedingt richtig. Versucht Dir jemand über Dein Verhalten Motive unterzuschieben, die Dir vollkommen fern liegen, so gehe mit einem Achselzucken drüber hinweg. Was wir uns beide sind, müssen letzten Endes wir beide allein wissen, alles andre ist müßiges Geschwätz und muss dementsprechend bewertet werden. Im Übrigen glaube ich nicht, oder wenigstens nicht bei allen an Neid gegenüber Deinem ungebundenen Leben. Es ist sicher mehr der Beschränkte Horizont. z. B. bei Frieda der über einen engbegrenzten Kreis des Denkens nicht hinauskommt. Meyers und Hartfiels würde ich aber an Deiner Stelle nicht ganz vernachlässigen.

Doch will ich Dir keine Vorschriften machen. Dein gesunder Menschenverstand und Dein Gefühl werden Dich ohne Zweifel das Richtige tun lassen. Ich habe es ja in vielem leichter und einfacher, wie Du. Meine Gedanken gehen ihre Wege, wenn sie frei sind immer nach S. Paulo. Meine Korrespondenz hat der Verdacht erweckt, ich sei verlobt und das habe ich auch zugegeben. Seitdem bist Du mir Schirm und Schutz vor den Verführungen der Großstadt Tibiriçá, denn darauf nehmen meine Kollegen alle Rücksicht, trotzdem es manchmal toll hergeht. Im Porto selbst tanze ich auch nicht, das geht höchstens einmal auf Kolonie. Ich lege ein Bildchen bei, von unserer Schulfeier. Da sind außer den Kindern noch drauf: Donna Faustina (Frau vom Gerenten), eine feine Dame (Chilenin), Donna Hertha, Apothekerin, Hanna, ihre Tochter, Srta Garcia, Tochter von Major Garcia (beides Lehrerinen), Helena und Pigeroska, zwei Ungarinnen, Frau Gräfe eine Lothringerin , der Herr Deocletiano Araujo, mein Adj. Alles Übrige sind Schulkinder zwischen 6 und 18 Jahren. Im Hintergrund ist die Schule. Also gar so klein ist Tibiriçá nicht und auch nicht so arg im Wald, wie Du meinst. Tibiriçá ist Großstadt. Eine Stadt mit Eisenbahn und Dampfschiffverbindung, ein internationaler Knotenpunkt Brasilien, Paraguay und Argentinien.

Doch Spass bei Seite. Die nächsten Monate werden zeigen, wie es mit dem Fieber hier steht und ob es eine sichere Abwehr gibt. Danach wird sich mein weiteres Verhalten richten. Vielleicht setzte ich es durch, dass ich von der Cia. aus nach São Paulo versetzt werde.

Bis zum nächsten in aufrichtiger Liebe und Treue

Dein Richard 

Alle Rechte vorbehalten 

Nächster Brief am 07.10

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Porto Tibiriçá, 23 de setembro de 1934

Minha querida menina!

Sua carinhosa carta eu recebi no começo da semana passada, mas não deu para responder tão rápido quanto eu queria. Eu me ausentei uma vez e logo na sequência vieram os diretores visitar e depois os auditores fazer a inspeção. Foi um corre-corre para todos os lados e eu não tive a tranquilidade que eu precisava para escrever. Hoje finalmente tenho essa calma, pois todos foram para a colônia. Eu fiquei chateado com as notícias, mas dá para mudar um pouquinho essa situação. Fico um pouco mais triste pelo Pitschi. O dinheiro que você levou para ele eu transferi para São Paulo no dia 20 de maio. Eu devo R$ 140.000 para ele, mas não posso fazer uma segunda remessa por esse meio. Eu tenho certeza de que ele não está me levando a mal e isso é o mais importante. Eu consegui guardar R$ 850.000 e não seria tão pesado para pagar, mas preciso de uma oportunidade mais barata para isso. Eu quero te agradecer mais uma vez pois sei que para você deve ter sido um grande esforço ir até lá. O Rieger voltou das férias em São Paulo três dias antes de elas acabarem e não conseguiu te procurar. Eu sinto muito, pois ele podia ter te contado muitas coisas sobre este lugar, mais do que dá para escrever em uma carta. Ele prefere muito mais ficar por aqui, apesar de ter seus pais e irmãos em São Paulo. Ele encontrou o Wilhelm Meyer e esqueceu de entregar uma carta que era destinada ao Saar e a trouxe de volta.

Eu acho que o seu comportamento é perfeitamente correto a respeito de fofocas feitas por pessoas mais velhas. Se alguém falar alguma coisa do seu comportamento que não é condizente com a realidade, simplesmente não dê importância para isso. No final, quem tem que saber da gente somos nós mesmos, o resto é conversa fiada e precisa ser visto dessa forma. Aliás, eu não acredito que todos estão morrendo de inveja da sua vida independente. Provavelmente eles têm os horizontes limitados mesmo. A Frieda, por exemplo, tem um ciclo vicioso de pensamentos limitados dos quais ela não consegue sair. Mas no seu lugar, eu não me descuidaria totalmente do Meyer e do Hartfiel.

Claro que não quero fazer acusações e sei que seus sentimentos e entendimento irão te fazer agir corretamente. Eu vejo isso de um jeito bem mais leve e mais fácil do que você. Quando meus pensamentos estão livres caminham sempre até São Paulo. A minha correspondência gerou a desconfiança de que eu estou noivo e eu confirmei. Desde então, você tem sido minha espada e escudo contra as tentações da grande cidade Tibiriçá, pois meus colegas levam tudo em consideração, mesmo que esteja indo tudo bem. Em Porto eu nunca fui dançar, somente uma vez lá na colônia. Estou mandando uma fotinho da festa da escola. Além das crianças, estão na foto: a Dona Faustina (mulher do gerente), uma chilena bem chique, Dona Hertha e sua filha, a farmacêutica Hanna. A Srta. Garcia e a filha do major Garcia, (ambas professoras), Helena e Pigeroska, duas húngaras, a Frau Gräfe (que vem de Lothring), o meu adjunto, Deocletiano Araújo, e todas as crianças entre 6 e 18 anos. No fundo está a escola. Viu? Tibiriçá não é tão pequena assim e nem tão no meio da floresta como você falou. Tibiriçá é uma cidade grande. Uma cidade com conexão ferroviária e hidroviária, um ponto de ligação entre Brasil, Paraguai e Argentina.

Agora deixando a brincadeira de lado. Os próximos meses irão mostrar como está a situação com a febre e se existe uma defesa segura. Depois disso, eu vou ter que escolher como devo me comportar, talvez eu consiga me impor com a Cia e pedir transferência para São Paulo.

Sincero e leal.

seu Richard

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próxima carta em 07.10



 

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