14.07.1935

 


 
 

Porto Tibiriçá, 14 Julho 1935

Meine liebe, liebe Lotte!

Es gibt Leute, die behaupten, ich kann Brief schreiben, wie ich will, zuletzt kommt doch ein Brief an Dich heraus. Das kommt daher, dass unsre Briefe, die von hier weg gehen, in den Postsack kommen. Da wissen aller Bescheid, wohin man schreibt. Aber trotzdem doch die Sicherheit da ist, dass alle Briefe richtig befördert werden, weiss ich doch nicht ob nicht einer verloren gegangen ist, ob Du den Brief mit der Fotografie erhalten hast. Ich hab damals zwei, nein sogar drei Briefe abgeschickt. Einen zu Dir, einen nach Hause und einen an Deine Mutter. Vorläufig warte ich noch auf die Bestätigung, ob einer von diesen dreien sein Ziel erreicht hat.

Jetzt ist es gerade Sonntag nachmittags, so um zwei herum, es ist ganz still im Porto und sonnenheiss, und ich muss an die Zeit denken, wo ich oft in der Rua Estados Unidos gewartet hab auf Dich. Und die Strasse war so feiertäglich still, die wenigen Menschen, die da gingen, hatten alle so ein sonntägliches Wesen an sich.

Trotz der schlimmen Zeit damals, denke ich gerne daran zurück, denn das waren mir immer die glücklisten Stunden, wenn ich bei Dir sein konnte, trotz der augenscheinlichen Aussichtlosigkeit, trotzdem wir uns immer auf die Gastfreundschaft unsrer Bekannten verlassen mussten. Das schönste waren immer Bondfahrten da hatte ich Dich immer allein, wenn auch unter fremden Menschen. Bei den Besuchen selbst musste ich Dich ja immer andern überlassen. Auch diese Zeit ist vorbei, jetzt ist das Warten an der Reihe, aber auch ein Vorwärtsgehen auf ein festes Ziel.

Eigentlich sollte ich heute arbeiten, aber die liebe Sonne hat es mir angetan und ich lag und träumte und jetzt wird ein Brief an Dich daraus. Du und die Sonne! Der Monat Juli wird schnell vorbei sein, und die andern auch, es kommt der Jahresschluss, es kommt Ostern und dann kommst Du.

Ich weiss wohl, dass es gerade jetzt besonders schwer für Dich ist, zum Schreiben zu kommen, aber trotzdem wäre es mir lieb, gerade mehr von Dir zu hören. Da Du doch mehr denn je angestrengt bist und ich um Deine Gesundheit besorgt bin.

Bei uns hier ist es jetzt recht schön, und wir werden von Picknicks überlaufen. Touristen kommen auch mehr, wie im vergangenen Jahr, um die Schönheit des Alto Paraná zu geniessen.

Kommst Du jetzt auch sonntags wieder zum Ausgehen. Du musst jede Gelegenheit dazu benutzen und Zerstreuung und Erholung suchen. Das macht Dich wieder frisch für die Arbeit der Woche. Was macht Deine Freundin Fräulein Wiese? Wie geht es Donna Mocinha? Nach anderen mag ich gar nicht fragen, denn ich hab bis jetzt nur an Neise und Meyer geschrieben und da nur knapp.

Nächste Woche fahre ich mit unserem Gerenten nach Sapé um die Kolonisten zu besuchen. Das ist in Matto Grosso drüben am Rio Pardo. In zwei Wochen sind wir mit der Bilanz fertig, dann geht es wieder langsamer. Da werde ich zunächst einige Bilder fertig machen, die ich angefangen habe.

Von Deiner Mutter habe ich bis dato noch keine Nachricht, ist vielleicht noch ein bisschen zu früh.

Für heute mir Gruss und Kuss

Dein Richard

PS. Ich lege noch ein Bild von mir bei, das damals in Prudente gemacht wurde. Aber Bevilacqua heisse ich nicht, das war der Fotograf, der Blödel! 


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Nächster Brief am 31.07


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Porto Tibiriçá, 14 de julho de 1935

Minha querida, querida Lotte!!!

As pessoas acham que eu tenho inspiração para escrever cartas facilmente a qualquer hora, mas no fim das contas meu pensamento está focado em você. As cartas que saem daqui vão parar na sacola do correio e de lá todo mundo sabe quem escreve para quem e para onde. Pelo menos temos a certeza de que elas chegam a seus devidos destinos. Mesmo assim, não tenho certeza absoluta se você recebeu a minha carta com a fotografia ou se ela se perdeu. Naquele dia eu escrevi não somente duas, mas três cartas. Uma para você, uma para casa e uma para a sua mãe. Até agora eu estou esperando uma confirmação de que as três cartas encontraram os seus devidos destinos.

Agora é tarde de domingo, por volta das 14h, está tudo muito quieto aqui em Porto e o sol está fervendo. Não consigo parar de pensar nos tempos onde eu frequentemente te esperava na rua Estados Unidos. As ruas eram tão tranquilas que os poucos que andavam por ali, o faziam com um espírito dominical.

Apesar daqueles tempos terem sido difíceis, eu guardo boas recordações da época em que meus momentos mais felizes eram quando eu estava ao seu lado, apesar da evidente desilusão e de termos que contar com a hospitalidade dos outros, posso dizer que as horas mais felizes eram quando estávamos juntos. O melhor eram os passeios de bonde, quando eu tinha você no meio de um monte de gente só para mim. Nas visitas, eu tinha que te dividir com os outros. Mas todos esses tempos já se passaram e agora o próximo passo é a espera, mas já encaminhada para um destino certo.  

Eu devia estar trabalhando, mas esse sol está tão gostoso que eu fiquei deitado nele sonhando acordado, agora estou te escrevendo uma carta sobre isso. Você e o sol! O mês de julho está passando rápido e os próximos também passarão, aí chega o fim do ano, a Páscoa e então... Você.

Eu sei que sua vida agora está especialmente complicada, mas mesmo assim eu ficaria muito feliz em saber mais do que está acontecendo por aí. Fico preocupado com a sua saúde, pois sei que está se desgastando bastante.

Aqui está tudo muito bonito e estamos sendo atropelados por piqueniques. Os turistas têm vindo em número maior que nos últimos anos, só para apreciar as belezas do Alto Paraná.

Você está saindo novamente aos domingos? Toda a oportunidade que tiver de se divertir e descansar dever ser usada, isso te deixará renovada para o trabalho da semana. O que anda fazendo a sua amiga Fräulein Wiese? Como está a Dona Mocinha? Pelos outros eu não quero perguntar, pois até agora eu só escrevi ao Neise e ao Meyer, mesmo assim superficialmente.

Semana que vem viajarei com um de nossos gerentes até Sapé, para visitar os colonos de lá. Fica lá em cima no rio Pardo, no Mato Grosso. Em duas semanas terminaremos o balanço que começamos.

Ainda não recebi nenhuma resposta da sua mãe, talvez seja um pouco cedo.

Por hoje um beijo e um abraço

seu Richard

PS. Estou colocando a foto que mandei fazer em Prudente, mas não me chamo Bevilaqua. Isso foi coisa do fotógrafo, aquele abestalhado! 

Do seu Richard


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Próxima carta em 31.07

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