22.11.1936


 Porto Tibiriçá, 22. November 1936

Meine liebe Lottel!

Es ist jetzt schon eine ganze Weile her seit Deinem letzten Brief und wenn Du mich auch auf ein längeres Schweigen Deinerseits vorbereitet hast, so dachte ich doch nicht, dass es so lange dauern würde. Ich wollte zuerst warten bis Du schreibst, aber da bin ich Dir entschieden unterlegen; soo lange halte ich es nicht aus.

Ich bin inzwischen wirklich umgezogen und wohne in unserm Häuschen. Meine wenige freie Zeit benutze ich, um allerhand zu richten und es wohnlich zu machen. Es ist sehr schön da oben, die Aussicht allein ist großartig auf den Porto und den Fluss und die Mündung des Rio Pardo. Von den Leuten hier, die es doch gewohnt sind, beneiden mich viele schon deswegen darum. Ich habe die Wohnung mit meinen bescheidenen Mitteln und Junggesellen Möbeln ausgestattet und ich glaube es ist mir gelungen, Gemütlichkeit und Schönheit zu vereinigen. Zu tun bleibt allerdings noch viel und ich arbeite hauptsächlich morgens abwechselnd im Garten uns im Haus.

Was ich an Möbeln habe ist alles von der Cia. Mit Ausnahme des chinesischen Teetischchens. Die Wände im Haus sind mit weisser Ölfarbe gestrichen und ich gedenke, Küche und Bad noch mit weißer Leinfarbe aus zu malen. In der Sala habe ich bis jetzt drei Sessel mit bunten Kissen stehen, die sich ganz nett um die große Messingplatte des Tischchens gruppieren, ein Bucherregal, einen großen Tisch und einen Klappstuhl. Im Schlafzimmer vorläufig ein weiß emaliertes Bett und einen Waschtisch und zwei weiss lackierte Stühle. Das Esszimmer ist noch leer. Für die Küche habe ich vorläufig nur Bank und einen Hocker und ein Wandbrett. Aber schon langsam kommt doch alles zurecht und vor allem ohne weitere Unkosten. Die einzige Ausgabe, die ich jetzt machen möchte, sind ein paar Vorhänge für die Sala. Im Schlafzimmer habe ich ein paar kleine angemacht, die ich noch im Koffer hatte. Nächste Woche krieg ich einen großen Schrank, der wird dann weiß gestrichen. Im Garten ist jetzt nur wenig zu tun, weil es aussergewöhnlich trocken ist und sehr heiss. Selber habe ich, wie schon erwähnt, weniger Zeit, weil mein Gehilfe erkrankt ist (Grippe und Erkältung) und nun in Urlaub gegangen ist, so dass ich einen guten Teil Mehrarbeit habe.

Wo wirst Du Weihnachten sein? Ich selber mag gar nicht dran denken. Nächste Woche sind die Weihnachtsbriefe nach drüben fällig. Da ist es jetzt schon hübsch kalt.

Neise schrieb mir auch vergangene Woche einen netten Brief. Er legte mir auch eine Gruppenaufnahme bei, wo Du mit drauf bist und Du siehst da sehr gut aus. Am liebsten möchte ich Weihnachten mit Herrn Patzina zusammen nach São Paulo fahren, wenn ich nur wüsste, ob Du dann noch dort bist. Meine Sehnsucht nach Dir wird immer größer.

Vom Porto selbst ist nichts Neues zu vermelden, da geht immer alles im alten Geleise. Von São Paulo erfahre ich nur wenig, da außer Dir nur Neise schreibt. Meyer denkt nur an die Leute, die er sieht. Was ihm aus dem Gesicht ist, ist auch schon vergessen. Er hat ja immer so furchtbar viel zu tun, und alles ist so wichtig, er ist eben „Meyer“.

Bist Du noch in der rua[1] Estados Unidos? Was macht deine Donna Mocinha? Wie lange gedenkst Du noch zu bleiben? Wann fährst Du nach Curityba? Das sind alles Sachen und Fragen, die mich sehr intressieren, hoffentlich wirst Du mir bald schreiben. Das Lauern auf einen Brief ist eine Qual.

Mit dem heißen Wunsch Dich bald wieder zu sehen, grüsst und küsst Dich.

Von ganzem Herzen

Dein Richard.


[1] Strasse 

 _____________________

               Porto Tibiriçá, 22 de novembro de 1936

Minha amada Lotte!!!

Já faz um bom tempo desde a sua última carta. Mesmo que você tenha planejado ficar calada, não achei que iria durar tanto. Eu queria esperar você escrever primeiro, mas decidi voltar atrás porque definitivamente não consigo esperar mais. Nesse meio tempo eu mudei de casa e agora estou morando na nossa casinha. Uso o pouco tempo livre que tenho para arrumar todos os tipos de coisas pra gente ter conforto. Lá de cima, a vista do porto, da desembocadura do rio Pardo e do rio por si só é maravilhosa. As pessoas que eu conheço por aqui já estão com inveja por causa disso. Eu mobiliei a casa com os meus recursos modestos e móveis para solteiros. Por enquanto já é o suficiente para combinar conforto com beleza. Tem ainda muita coisa para fazer e eu alterno as minhas manhãs entre a casa e o quintal.

Todos os móveis são na verdade propriedade da empresa. Com exceção de uma mesinha chinesa de chá. As paredes da casa estão pintadas com tinta a óleo branca e eu estou pensando em pintar a cozinha e o banheiro com a mesma tinta. Na sala tem uma poltrona com almofadas coloridas que combinam muito bem com o tampo da mesa. Uma prateleira de livros, uma mesa grande e uma cadeira que se dobra. No quarto tem por enquanto uma mesa para lavar o rosto, uma cama e duas cadeiras brancas. A sala de jantar ainda está vazia. Na cozinha temos provisoriamente uma mesa de parede, um banco desses compridos e um banquinho. Devagarinho está dando para endireitar tudo sem maiores gastos. A única despesa que quero ter no momento é para comprar cortinas da sala. No quarto já pendurei um conjunto de cortinas que eu tinha guardado na minha mala. Semana que vem chega um armário bem grande que também será pintado de branco. O Tempo está excepcionalmente muito seco e quente, por isso não dá para fazer muita coisa no jardim. Além disso estou com pouco tempo livre pois meu ajudante estava doente (gripe e resfriado) e depois saiu de férias, de forma que sobrou boa parte do trabalho dele para eu executar.

Onde você vai comemorar o Natal? Eu nem gosto de pensar muito nisso. Semana que vem vou enviar as minhas cartas de Natal lá para cima, agora já deve estar frio e bem bonito.

Semana passada o Neise me escreveu uma carta bem legal. Ele colocou uma foto do grupo bem bacana, você está aparecendo e está muito bonita. Eu queria muito viajar com o Herr Patzina para São Paulo no Natal. Se pelo menos eu soubesse se você estará por aí... sinto cada dia mais a sua falta.

Daqui de Porto não tenho muita coisa relevante para contar, está tudo como sempre foi. Também tenho poucas notícias de São Paulo, pois, além de você, somente o Neise me escreve. O Meyer só pensa nas pessoas que ele vê. Ele se esquece daqueles que não estão por perto. Ele tem sempre tantas coisas tão importantes para fazer, afinal ele é o "Meyer"

Você já voltou para a rua Estados Unidos? Como está a sua Dona Mocinha? Quanto tempo mais você pensa em ficar? Quando você vai para Curityba? Essas são as coisas que me interessam, tomara que você me escreva em breve. A espera da sua carta é sempre uma tortura.

Com um desejo enorme de te ver em breve novamente, beijos e abraços.

De todo o meu coração

Seu Richard

Comentários

Instagram QR code and Linktre.e