19.11.1935

 


 


                   Porto Tibiriçá, 19. November 1935

Mein Liebes Mädchen!

Das war eine Überraschung, als Dein Brief am Sonntag hier ankam. Ich dachte schon an Krankheit und habe Ulrich Neise mobilgemacht. Er wird wohl schon bei Dir gewesen sein. Gott sei Dank, dass Du gesund bist.

Der Anlass zu Deiner Reise war ja ein sehr trauriger, denn der Tote[1] war dein leiblicher Vater und es muss im Innern eines solchen Menschen böse aussehen und er muss wirklich schwer leiden bis sich ein Mensch zu einem so endgültigen Schritt entschliesst. War es die Vereinsamung, die ihn in die Tat trieb oder was. Wie Du mir schriebst, liegen keine festen Beweise über die Beweggründe seiner Tat vor.

Die weiteren Auswirkungen seines Todes betreffend, kann ich den Advokaten nur zustimmen, wenn sie Dir als seiner leiblichen Tochter Recht und Besitz schaffen können.

Ich kenne leider die brasilianischen Gesetze zu wenig und kann nicht sagen, ob Deine Ansprüche durch das Gesetzt anerkannt werden. Das wird sich zeigen. Es besteht nur die eine Gefahr, dass bei längerer Dauer eines Prozesses, der Gegenstand des Streites von den Advokaten aufgefressen wird und die Parteien leer ausgehen. Auf jeden Fall wünsche ich Dir den vollen Erfolg.

Die Matriz frug gestern an, ob die Auszahlung der 200$000 vom Oktober aufrecht erhalten bleibt. Ich habe zugestimmt. Du kannst also für Oktober 200$000 und für November 300$000 abheben.

Hast Du Deine Eltern und Geschwister gesund angetroffen? Die werden auch sehr erstaunt gewesen sein. Wie geht es Georg und Grete? Schreibe im nächsten Brief näheres. Du weisst ja, dass der Süden meine geheime Sehnsucht ist.

Für heute nicht mehr. Schon ist das Büro wieder voller Leute und ich bin allein. Am Sonnabend willl ich mich länger hinsetzen zu Hause.

Grüsse Deine Donna Mocinha von mir.

Dir selbst aber Gruss und einen herzhaften Kuss von

Richard



[1] Otto Lauer

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Porto Tibiriçá, 19. 11. 35

Minha querida menina!

Tive uma surpresa quando a sua carta chegou no domingo passado. Já tinha pensado que você estava doente e mobilizei o Ulrich Neise, ele já deve ter passado por aí. Graças a Deus que você está bem.

O motivo da sua viagem foi realmente triste já que o falecido[1] era o seu pai biológico. Ele deve ter carregado muitos sentimentos ruins consigo e devia estar sofrendo bastante, senão não ia terminar as coisas para sempre desse jeito. A gente nunca vai saber se foi a solidão ou se foi outro motivo. 

Do jeito que você me escreveu, parece que ele não deixou nenhuma pista concreta de quais foram os motivos que o levaram a isso. E agora é função dos advogados apurar quais são as consequências da morte dele e quais são seus direitos como filha biológica.

Eu conheço as leis brasileiras muito pouco e não sei dizer se você será conhecida como herdeira. Com o tempo vamos descobrir. O único perigo é que o processo seja muito moroso e que a briga dos advogados seja tão frenética que os bens em disputa sejam consumidos nessa ação e os interessados saiam de mãos vazias. De qualquer forma eu te desejo muita sorte.

A matriz perguntou ontem se deve segurar o pagamento de R$ 200.000 para outubro e eu disse que sim. Você pode então retirar os R$ 200.000 de outubro e R$ 300.000 de novembro.

Seus pais e irmãos estão bem? Eles devem ter ficado surpresos com tudo o que aconteceu. Como vão o Georg e a Grete? Escreve contando mais daí na próxima carta, você sabe que o Sul é a minha paixão secreta.

Por hoje estou meio apurado, o escritório está cheio, é sábado e eu estou aqui sozinho porque enrolei em casa antes de vir. Cumprimente Dona Mocinha por mim.

Para você eu mando um abraço e um beijo apaixonado.

Do seu Richard


[1] Otto Lauer

 


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