15.08.1935

 



Porto Tibiriçá, 15.08.35

Liebe Lotte!

In Beantwortung Deines sehr geschätzten Schreibens, Das letzthin ankam, will ich Dir nur geschwind beichten, dass ich bis dato noch keinen Löwen oder Tiger geschossen habe. Auch die anderen Urwaldsbewohner haben Ruhe vor mir gehabt. Vielleicht kommt einmal einer zu mir in die Wohnung, den bring aber ganz bestimmt um, da kannst Dich verlassen drauf. Um aber wenigstens einen Teil Deines Befehls zu erfüllen, schicke ich Dir anbei die Vista[1] von einer unsrer Dorfstrassen mit dem Schulhaus.

Was die Pflanzerei anbelangt, muss ich noch ein wenig warten. Der Platz, wo unser Haus gebaut werden soll, ist geändert worden. Erst sollte gegenüber dem Junggesellenhaus gebaut werden, nun gibt es sich aber, dass eine Familie am ersten September auszieht. Dadurch wird eine alte Baracke frei, die neben unserm jetzigen Wohnhaus steht und einen wunderschönen Garten hat. Die wird abgerissen und UNSER Haus dahingestellt. Also muss ich mit dem Anpflanzen von Salat und ähnlichen Gemüse noch ein bisschen warten. Orangen und Mamão sind schon drinne. Das wäre das Neueste.

An Neise habe ich geschrieben, und darüber wärst Du beinahe zu kurz gekommen. Morgen muss ich wieder einmal nach Presidente Prudente fahren, mit wenig Begeisterung. Wenn die Geschäfte erledigt sind, hockt man sechs Stunden herum in einer fremden Stadt und weiss tatsächlich nicht, was man anfangen soll. Wenn sie mich doch einmal auf Geschäftskosten eine Woche nach São Paulo schicken wollten, das wäre eher zu ertragen.

Aber Kuchen. Bei diesem Worte muss ich nun wieder Pietrowskis denken. Wenn Du vorbeikommst, grüsse die Herrschaften von mir recht schön.

Bei uns ist es gegenwärtig in den Nächten ganz unverschämt kalt. Aber nachmittags wird es so schön warm, dass man baden kann. Der Mann aber, der baden kann, bin ich ganz alleine, denn die andern Herrn sind alle wasserscheu. Bei denen langts zu einer Dusche und infolgedessen zu einem ausgiebigen Schnupfen. Die laufen alle herum mit Husten und Heiserkeit und Donna Hertha macht ihr bestes Geschäft mit Xarope[2] aller Art.

Wenn Frau Patzina mit den Kindern wieder nach S. Paulo abgereist ist und ich wieder mein Zimmer habe, kann ich auch wieder malen. Als Schlafbursche, wie ich mich jetzt fühle ist man nicht ungeniert genug.

Von Zuhause und von nirgendwo habe ich Nachricht, als von Dir Allein. Bin neugierig, wenn wieder ein Brief von drüben kommt, was alles los ist.

Unsere Kolonisten in Guassú machen ganzschön vorwärts. Einer hat eine fünf Meter lange Sucury[3] zu verkaufen, lebendig. Als Halskühler im Sommer dürfte das nicht schlecht sein.

Vorläufig bin ich ausgepumpt, und weiss nichts mehr. 

Ich hoffe nur, dass es Dir gut geht und grüsse Dich und kuese Dich recht herzlich

Dein Richard

P.S. Jetzt kann ich sogar küssen nimmer richtig schreiben, das ist aber traurig.

Der Junge oben ist der dicke Heinrich Grafe, der dickste Junge im Dorf.



[1] Aussicht

[2] Sirup / Hustensaft

[3] Anakonda Eunectes murinus

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Porto Tibiriçá, 15.08.35

Querida Lotte!

Respondendo à sua preciosa última carta, só queria avisar rapidamente que até agora eu não atirei em nenhum leão ou tigre e também os outros moradores da floresta também estão em paz comigo. Talvez algum deles venha me visitar aqui em casa, neste caso, eu acabo com eles, pode ter certeza disso. Eu desenhei a vista das ruas do nosso vilarejo com a escola no fundo para poder mostrar pelo menos um pouco do que você me pediu. 

Eu preciso esperar um pouco para começar a plantar. O lugar onde a nossa casa ia ser construída foi alterado. Estava programado para ser em frente à casa para os senhores solteiros, mas parece que uma família vai se mudar no dia primeiro de setembro, a casa deles, uma barraca antiga que fica do do lado aqui de casa e tem um jardim maravilhoso, vai ser demolida.  No lugar dela será construída a NOSSA casa. É por isso que eu ainda tenho que esperar um pouquinho para plantar a horta de salada e legumes, mas mamão e laranja já tem plantado. Essas são todas novidades.

Escrevi para o Neise e você quase perdeu isso. Amanhã preciso ir para Presidente Prudente novamente, mas não estou muito animado. Depois que o trabalho termina a gente perambula por 6 horas seguidas em uma cidade que não conhece bem e realmente não sabe o que fazer. Se eles quisessem me mandar a trabalho para São Paulo já seria bem melhor.

Mas bolo, essa palavra me faz pensar no Pietrowskis. Se você passar por lá cumprimente os rapazes por mim.

As noites estão ficando absurdamente geladas, mas as tardes ainda estão tão quentes que dá para entrar no rio. Só que o único que quer fazer isso sou eu, os outros ficam tímidos com a água. Para eles basta um mergulho para ficarem com uma eterna coriza. As pessoas ficam com tosse e dor de garganta e a Dona Hertha faz um ótimo negócio com seus xaropes de todos tipos. 

Quando a Frau Patzina tiver voltado para São Paulo com as crianças e eu tiver o meu quarto de volta vou poder pintar novamente. Não me sinto confortável o suficiente para isso agora, já que estou sendo jogado de um lado para o outro como um fardo de roupas sujas. Além das suas, não tenho notícias nem de casa, nem de lugar nehum. Estou ansioso para receber uma carta lá de cima e matar a minha curiosidade. 

Os nossos colonos já estão fazendo progresso. Um deles tinha uma Sucuri[1] viva de 5 quilos para vender. Até que não deve ser ruim para usar como um refresco de tiracolo.

Acho que já te contei tudo e não tenho mais nenhuma novidade. 

Só desejo que você esteja bem. Bejos e abraços com muito carinho

Do seu Richard

P.S. Agora não consigo mais escrever nem beijos corretamente, isso é triste.

O menino no desenho acima é o Heinrich Grafe, o menino mais gordinho da nossa cidade.



[1] Anaconda: Eunectes murinus

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