23.10.1934


 

Porto Tibiriçá, 23 Oktober 1934

Liebe Lotte!

In der Zeitung habe ich´s gelesen. Die Rieschbühne[1] kommt wieder nach São Paulo. In mir ist nur ein einziges Bedauern, dass ich nicht da sein kann. Denn jetzt könnten wir uns den Besuch ohne Sorgen leisten. Aber was eben nicht geht, das geht eben nicht. Ob Simon Kellner wieder mitspielt? Ich habe immer den Eindruck gehabt, als fühle sich der arme Mensch, wie ein Gefangener, oder hat er schon geheiratet?

Die Tage rollen sich hier ab im unabänderlichen Gleichmass. Nur mit dem einen Unterschied, dass wir jetzt eben so schwitzen, wie wir vorher gefroren haben. Der Fluss steigt langsam und unaufhaltsam, trotzdem hier fast kein Regen fällt. Das kommt alles von São Paulo und Goyaz herunter. Eine unangenehme Begleiterscheinung ist die zunehmende Malaria. Jeden Tag fällt ein andrer um, und unsere Apothekerin fungiert als Rettungsengel mit der Spritze. Patzina und Schiller und ich dürfen sie von Rechtswegen nicht kriegen (die Maletta), weil wir das neueste Fiebermittel von Bayer eingenommen haben, dass ein halbes Jahr immun macht. Ich schreibe diesen Brief mit Bleistift, weil Hände und Arme ständig feucht sind und die Tinte auf dem Papier läuft, das gibt dann lauter manchas[2]. Aber gut tut das Schwitzen schon und ich glaube auch, dass es ein bissel gegen das Fieber hilft. Jedenfalls will ich der Donna Hertha nicht in ihre zarten Hände geraten. Damit hat sie uns nämlich schon gedroht. „Warten Sie meine Herren, wenn ich sie einmal in meine zarten Hände bekomme“. Wir ärgern nämlich die gute Dame ab und zu ein bissel. Aber sie hat Sinn für Humor und nimmts nicht so übel, bis, na ja bis sie uns einmal beim Schlafittchen hat und wir aus der Hand fressen müssen. Pillen und solches Zeug. Wer soweit ist braucht dann für den Spott nicht sorgen.

Jetzt steht schon wieder das Auto vor der Tür.

Herzliche Grüße

Richard

alle Rechte vorbehalten 

näachster Brief am 03.11


[1] Oberbayerisches Bauerntheater. Roman Riesch, der Schauspieler und ehemalige Besitzer und Leiter der Rieschbühne, die zwischen 1926 und 1936 Südamerika bereiste, landete, anfangs des Krieges aus Deutschland geflüchtet, in Ijuí. http://www.martiusstaden.org.br/files/conteudos/00000010000500/102/90cd319897ef522ae73ca9902d3fb809.pdf

[2] Flecken

_________________________________________________________

Porto Tibiriçá, 23 de outubro de 1934

Querida Lotte!

Eu li no jornal que o Rieschbühne[1] vai novamente para São Paulo. Só consigo lamentar não estar aí para poder ver, já que agora conseguiria comprar os ingressos sem problemas. Mas se não dá, não dá. Será que o Simon Keller vai tocar também? Sempre tive a impressão de que o coitado se sente como um prisioneiro, será que ele já se casou?

As tardes aqui são sempre a mesma coisa. Os dias vão seguindo como sempre, com a diferença de que agora estamos suando com a mesma intensidade que congelamos. O nível do rio está subindo novamente apesar de não estar chovendo. A água vem de São Paulo e Goyaz. Uma companhia desagradável que vem aumentando é a Malária. Todo dia um fica doente e com as suas seringas, a farmacêutica funciona como um anjo salvador. O Patzina, o Schiller e eu não temos permissão de receber o remédio através dos canais legais (a maleta), porque tomamos o novo remédio da Bayer que nos deixa imunes por meio ano. Estou escrevendo a lápis porque estou com o braço e mãos suando e quando isso junta com a tinta no papel, forma manchas. Mas eu acredito que o suor é bom para abaixar a febre. De qualquer forma, eu não desejo cair nas mãos da Dona Hertha. Ela já nos ameaçou de verdade “Esperem, meus senhores, até vocês caírem nas minhas doces mãos pelo menos uma vez” A gente provoca a ela um pouco. Mas ela é bem-humorada e não leva a mal. Pelo menos ela nos ajuda a dormir, com suas pílulas e remédios que temos que tomar a seco. Quem tem tanto cacife não precisa se preocupar com a nossa zombaria.

Agora um carro chegou aqui na porta novamente.

Beijos carinhosos

Do seu Richard

 

Todos os direitos reservados

próxima carta em 03.11


[1] Teatro de camponeses da alta Baviera Roman Riesch, o ator, ex-proprietário e diretor do palco Riesch, viajou para a América do Sul entre 26 e 36 e acabou em Ijuí depois de fugir da Alemanha no início da guerra http://www.martiusstaden.org.br/files/conteudos/0000001-0000500/102/90cd319897ef522ae73ca9902d3fb809.pdf

 


Comentários

Instagram QR code and Linktre.e