08.09.1935



 


Porto Tibiriçá, 08. September 1935

Mein liebes Mädchen!

Diesmal waren es zwei Feiertage, aber gestern war trotzdem so viel zu tun, dass von einem Feiertag kaum die Rede war, dafür heute desto mehr. Jetzt lösen sich alle möglichen Touristen und sonstige Besucher ab, geben sich sozusagen die Klinke in die Hand, dass wir alle bald froh sind, wenn die Saison einmal vorbei ist.

Gestern kamen z.B. einige Herren von der Regierung, um nach zwei Geologen zu suchen, die am Rio Ivahy vermisst werden, die aber schon längst in Guayra sitzen und auf Reisegelegenheit nach Porto Epitácio warten. Die Rettungsexpedition verwandelt sich infolgedessen in einen netten kleinen Wochenausflug.

Noch vor zwei Monaten hat man hier mit Intresse verfolgt, wie die grosse Sandbank vor der Insel sich langsam aus dem Wasser hob, wie sich Badestrand bildete und es war auch ein schönes Landschaftsbild. Gelber Sand in den grünen Wassern, dahinter das dunkle Grün der Galeriewälder am jenseitigen Ufer und darüber ein unergründlich blauer Himmel. Aber allmählich tauchte alles mehr und mehr in grau und die Sonne stand schon nachmittags um vier Uhr am Himmel ohne Strahlen, wie der Mond und morgens bis 9 Uhr wars auch nicht anders. Das war der Rauch von den vielen Bränden in Matto Grosso und die Luft war dick und schwer von ihm. Gestern fielen die ersten Regen und schon sieht die Welt wie frisch gewaschen aus. Auch der Humor wird besser.

Durch die dringenden Arbeiten der letzten Zeit ist der Hausbau zum Stillstand gekommen, aber nächste Woche soll es weitergehen. Hier wird nix überstürzt. Hoffentlich regnet es bald noch mehr, dann sehen wir mit derselben Freude die Sandbank im Fluss wieder verschwinden, wie sie kam. Das sind so die Zeichen an denen wir die Zeit, den Jahresablauf messen. Trotzdem man doch den Fortschritt der Zeit jeden Tag feststellen kann, geht es mir doch zu langsam. Die Zeit eilt, von mir aus könnte sie fliegen. Bis ich bei Dir, bis wir beisammen sind.

Oft und oft fange ich irgendeinen Brief an Dich an, um immer wieder abzubrechen. Denn dauernd ist man unter Menschen und immer muss man befürchten, dass ein Brief in falschen Händen gerät. An der Schreibmaschine gar ist ein Brief immer den Stielaugen des lieben Nächsten ausgesetzt. Da bleibt denn manches Wort ungeschrieben.  Grad hat mich wieder einer gestört und mir schnell ein paar Fotos gezeigt und dabei die erwähnten Stielaugen gemacht. Der ist aber schnell weiter, denn er hat anscheinend was gemerkt. Das war unser Buchhalter.

Vorgestern kam Apotheker Schwedes überraschend von der Jagd zurück und ist gleich nach São Paulo zurückgefahren, weil ihm das Klima zu sehr zugesetzt hat. Er ist Herzleidend. Ich hab ihn gar nicht mehr sprechen können. Mich würde interessieren, ob Frau Patzina schon bei Dir war, ob von Familie Fietz schon jemand bei Dir angerufen hat. Ob Du im Teather warst. Du Mädel, wenn die Rieschbühne kommt, da musst Du aber auch hin. Ich bin nicht mehr recht im Bilde, was in Sao Paulo eigentlich los ist, wir haben ja keine Zeitung mehr. Am Mittwoch der vergangenen Woche habe ich wieder 300$000 angewiesen.

Was macht Deine holde Kinderschar und Deine Donna Mocinha? Die wievielte Stellung hat Fräulein Wiese? Was macht Onkel Paul und seine Grundstücke? Fangen sie bald an zu bauen? Was kostet eigentlich das draussen so ein Grundstück Hast Du wieder einmal was von Pitschis gehört und von Paul?

Mein Lieb, das Briefeschreiben ist doch ein recht magerer Ersatz, ich möchte Dich am liebsten gleich um den Hals nehmen und Dir so allerlei ins Ohr flüstern.

Da sträubt sich sogar die Schreibmaschine und das Papier will rutschen. Aber es hilft nix.
Wie lieb ich Dich habe.

Richard


Nächster Brief am 19.09

Alle Rechte vorbehalten

 __________

Porto Tibiriçá, 08 de setembro de 1935

Minha querida menina!

Desta foram 2 dias de feriado mas ontem tínhamos tanto para fazer que nem se falava disso. Em contrapartida, hoje eu tenho mais tempo. Agora estão brotando todos os tipos de turistas e visitantes fazendo aglomerados tão grandes, que vamos ficar felizes quando a temporada passar.

Ontem vieram dois agentes do governo procurar por 2 geólogos que foram dados por perdidos no rio Ivahy, a verdade é que os dois já estão há um tempo em Guahyra esperando por uma oportunidade para retornar para Porto Epitácio, desta forma a expedição de salvamento se transformou em um agradável  passeio durante a semana.

Há dois meses começamos a notar que os bancos de areias estão surgindo nos rios e formando pequenas praias com uma paisagem bem bonita. A areia amarela nas águas verdes e, lá atrás na margem oposta do rio, o verde escuro das matas em degradê, logo acima o céu azul. Gradativamente tudo foi se tornando cinza, e hoje, às quatro da tarde, já não se via mais o sol brilhando no céu, o mesmo aconteceu com a lua, que costumava ficar visível até às 9h da manhã. Esse ar pesado e denso chegou por consequência das muitas queimadas realizadas no Matto Grosso. Ontem começaram a cair as primeiras chuvas e o mundo já está mais bonito, o céu está limpo e o humor também já está melhorando. A construção da nossa casa ficou um pouco parada porque tivemos muito trabalho na semana passada, mas se nada atrapalhar, na semana que vem o trabalho será retomado. Tomara que chova de novo logo, aí veremos os bancos de areia sumirem nos rios com a mesma alegria que vimos eles aparecendo.

São esses acontecimentos que servem de comparação com os anos anteriores. Apesar da gente ver que as coisas estão andando para frente eu ainda acho que tudo está acontecendo muito devagar. O tempo urge e por mim podia voar até que eu consiga ter você ao meu lado.

Já comecei algumas vezes a escrever uma carta para você, mas parei porque aqui estou sempre entre um monte de gente e tenho que tomar cuidado para que a carta não caia em mãos erradas. Agora mesmo tenho esta carta na máquina de escrever e sempre vem alguém dar uma espiada, por isso deixo de escrever muitas palavras.

Acabou de vir um para incomodar, me mostrou umas fotos rapidamente e deu aquela esticada de olho bem do jeito que eu tinha contado. Mas parece que ele se tocou e por isso já foi embora. Era o nosso contador. 

Anteontem, para a nossa surpresa, o farmacêutico Schwedes voltou da sua caçada e foi direto para São Paulo, nem tive tempo de conversar com ele, parece que o clima daqui é muito pesado para ele. Ele sofre do coração. Estou curioso se a Frau Patzina já te visitou e se alguém da família Fietz já te ligou. Eu também queria saber se você chegou a ir ao teatro. Menina se o teatro Rieschbühne vier, você tem que ir! Não sei direito do que está acontecendo em São Paulo pois não leio mais nenhum jornal. 

Na quarta-feira passada depositei mais uma vez R$300.

Como vai a sua Dona Mocinha e a criançada? Qual o novo emprego da Fräulein Wiese? Como vai seu tio Paul e o terreno dele? Ele já vai começar a construir? Quanto que custa um terreno desses lá? Você já teve novas notícias do Pitschi e do Paul?

Minha amada, escrever cartas é uma substituição muito magra, eu queria mesmo era beijar o seu pescoço e sussurrar um monte de coisas nos ouvidos.

Agora até a máquina de escrever está arrepiada e o papel começando a ficar escorregadio. Isso não me ajuda nem um pouquinho…

Nossa, como eu te amo!

Do seu Richard

 Próxima carta em 11/09

Todos os direitos reservados 




Comentários

Instagram QR code and Linktre.e