27.01.1936



 

Porto Tibiriçá, 27. Januar 1936

Liebe Lotte!

Diesmal hat es ein wenig lange gedauert, aber Gott sei Dank ist der Hauptsturm vorüber und ich habe etwas mehr Luft. Diese Bilanzen sind eine wahrhaftige Schinderei. Dazu noch bei dieser Hitze. In einigen Tagen ziehe ich um in unser Haus und kann dann anfangen mit dem Möblieren, gemütlich machen möchte ich doch unser Heim. Fragt sich nur, kaufe ich die Möbel besser in São Paulo oder hier. Ich denke vor allen Dingen an einige Korbmöbel und einen Schrank. Kleinere Sachen, auch für die Küche, mache ich selbst, oder lass sie von unsern Handwerken machen. Ich habe aus dem obenerwähnten Grunde bis jetzt kein Geld nach São Paulo überwiesen, weil ich erst Deine Meinung hören wollte.

Es ist etwas Schönes, so zu sorgen und zu planen für unser eigenes Heim. Ich schaffe nur das, was sein muss. Du aber sollst nachher das Ganze ausgestalten nach Deinem Geschmack und unser Nest schön machen.

Etwas, was mich aber ein bisschen unruhig macht, das ist Deine Erbschaftsgeschichte. Ich habe zuerst gar nicht recht überlegt, als Du mir schriebst, dass Du die Abfindung in Geld nicht annehmen wolltest, sondern die Erbschaft über alle Sachwerte antreten willst? Wie lange wird das wohl dauern, bis die Entscheidung fällt und was werden wohl die Folgen sein?

Na ja, warten wir halt ab. Von den meinen, habe ich wieder einen Brief bekommen, mit vielen Grüssen an Dich. Du es sind nur noch zwei Monate bis ich komme und Dich hole. Lang hats gedauert, aber schließlich wird’s doch noch gut.

Wie geht es Dir sonst? Bleib mir nur gesund und sitze nicht so viel zu Hause. Wie geht es Deiner Donna Mocinha und ihren Gören? Wie lange wirst Du noch bei ihr bleiben? Am besten wohl bis ich komme. Denn D Mocinha war Dir doch wohl immer mehr Freundin als Vorgesetzte.

Also Mädel schreib mir nur was Du denkst wegen der Möbelgeschichte. Für heute grüßt und küsst Dich Herzlich in Treuen.

Dein Richard

 

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Nächster Brief am 25.02

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Porto Tibiriçá, 27.01.36

Querida Lotte!

Desta vez demorou um pouquinho, mas, graças a Deus, a tempestade principal passou e agora já posso respirar melhor. Esses balanços são verdadeiras torturas e ainda por cima com esse calor de matar. Em alguns dias eu me mudo para a nossa casa e posso começar a mobiliar. Eu quero deixar nosso lar confortável. A pergunta é se compro os móveis por aqui, ou se é melhor comprar em São Paulo. Estou pensando primeiramente em móveis de vime e em um armário. As coisas menores para a cozinha faço eu mesmo, ou peço para os nossos funcionários fazerem. Foi por isso que ainda não transferi dinheiro para São Paulo, porque primeiramente eu queria ouvir a sua opinião. É muito bom poder planejar e cuidar da nossa própria casa. Eu só consigo fazer o básico, depois você vai ter que organizar tudo do jeito que gosta e vai deixar o nosso ninho bonito.
Essa história de herança é que está me deixando um pouco aflito.
Logo no começo, quando você me escreveu dizendo que não queria aceitar o pagamento do acordo em dinheiro, eu não havia pensado nisso. Você quer receber sua parte sobre todas as propriedades? Quanto tempo vai demorar até sair um veredito e quais serão as cenas do próximo capítulo? Bom, vamos esperar para ver. Recebi mais uma carta lá de casa com muitos beijos para você. Nossa, só faltam dois meses para eu ir te buscar, demorou muito tempo, mas no final vai terminar tudo bem. E como você está? Cuide da sua saúde e vá passear um pouco. Como vão a Dona Mocinha e os pestinhas?

Quanto tempo ainda você vai ficar com ela? De preferência até eu chegar, pois a Dona Mocinha sempre foi muito mais sua mais amiga do que patroa.

Então moça, me escreva o que você acha dessa história dos móveis.

Por hoje, beijos e abraços sinceros e carinhosos.

Do seu Richard

 

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Próxima carta em 25.02

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