20.12.1935


Porto Tibiriçá, 20. Dezember 1935

Mein liebes Mädel!

Zum ersten wünsche ich Dir noch einmal eine recht fröhliche Weihnachtsfeier. Hoffentlich sitzt Du nicht die ganzen Feiertage zu Hause und gehst ein wenig heraus aus Deinem Bau. Du hast ja in São Paulo eine ganze Menge Leute, zu denen Du gehen kannst. Das merke ich hier am besten, denn mein einziger Ausflug über die Feiertage wird ein ausgiebiger Gedankenspaziergang zu Dir zu sein.

Ich war wieder einmal ein paar Tage nicht da, deshalb konnte ich Dir nicht auf Deinen Letzten Brief antworten. Eigentlich gibt es ja auch nicht viel zu sagen. Was Deine Angelegenheit mit Joinville anbetrifft, musst Du eben Deine Advokaten arbeiten lassen. Übrigens, der Akkord[1], den Du mit ihm getroffen hast, ist nicht schlecht. Hast Du das aus Dir selber? Allerhand Achtung. Bei uns zu Hause ist die Sache so weit gediehen, dass das Erbschaftsgericht das strittige Grundstück zum Verkauf ausgesetzt hat, um die verschiedenen Ansprüche zu befriedigen. Aber bei den heutigen Verhältnissen ist alles illusorisch, denn das Geld ungefähr 20.000$000 darf nicht ausser Landes. Soweit nach den Berichten aus der Heimat, aber den rechtsgültigen Bescheid des Erbschaftsgerichtes habe ich noch nicht in Händen. Ist mir auch nicht wichtig, ich verlass mich auf mich selbst. Was dennoch kommt ist ein reines Geschenk.

Du fragst, wie ich die beiden Strausse[2] fing damals. Nun die Sache war so einfach, wie nur möglich. Ich bin aus dem Auto gestiegen und hab zwei von den Dingern in die Hand genommen und in eine Kiste gesteckt. Wir fuhren in einem schönen Tempo von vielleicht 40 km über den Kamp. Wir hatten schon verschiedentlich Strausse gesichtet, die an und für sich gar nicht scheu sind in dieser Gegend, weil sie an die vielen Boiadas[3] gewöhnt sind, die hier passieren[4]. Die Strausse kümmern sich um den Menschen so viel, wie etwa ein Ochse auf der Weide. Wir kamen mit unserm Auto auf ein Straussepaar los, die noch nicht einmal Anstalten machten uns auszuweichen, so dass wir halten mussten und die Tiere nicht tot zu fahren. Wir stiegen aus und da begannen die beide Strausse ganz langsam weg zu gehen und wir sahen, dass noch acht junge dabei waren, so gross, wie ausgewachsene Hühner. Nun wollte ich ein Pärchen haben für die Gerência[5] und begann zu laufen und im Nu waren die Kleinen verschwunden, während die beiden Alten mit ausgebreiteten Flügeln ganz langsam vor uns herhinkten, als wenn sie halbtot wären, um uns wegzulocken. Der Chauffeur und der Mitfahrer sind auch darauf hineingefallen, aber ich habe gesehen, wo sich die Kleinen niederduckten und nahm mir zwei, woraufhin meine Begleiter auch Jagd machen wollten auf die Kleinen. Ich habe es verhindert und wir fuhren weiter. Worauf die beide Alten Ihre übrigen sechs wieder zusammensuchten und verschwanden.

Eine Stunde später trafen wir abermals auf Strausse mit Jungen und ich konnte nicht verhindern, dass der Chauffeur sich einen davon holte. Das ist denn auch richtig eingegangen[6]. Aber die beiden in der Gerência sind schön geworden und sehr zahm. Diese Tiere brauchen vor allem einen grossen Auslauf und können infolgedessen nicht überall gehalten werden.

Diesen Monat werde ich kein Geld schicken. Erst in der ersten Januarwoche wieder. Ich brauche verschiedenes für mich und dann muss ich so ganz langsam an die Beschaffung von Hausrat denken. Wenn es auch unsinnig wäre viel anzuschaffen, etwas Eigenes müssen wir doch schliesslich auch haben.

Das Haus ist jetzt soweit fertig. Die Zimmer sind wirklich nett mit ihrer naturfarbenen Deckenverschalung. Von Der Veranda aus hat man einen wundervollen Blick auf den Strom und die andere Seite des Flusses. Nur der Garten ist ein wenig kahl, aber das ändert sich auch, wenn ich erst Zeit habe darinnen zu arbeiten. Vorläufig ist erst der Balanço[7] zu machen.

Vielleicht ist das Chrsitkindl schon bei Dir gewesen, wenn Du diesen Brief kriegst. Noch ein Vierteljahr, dann sehen wir uns wieder. Jetzt und zum Jahresende begleiten Dich meine Wünsche und das sind lauter Gute. Und zum Schluss, ganz zum Schluss auch noch einen Kuss von Deinem Richard.

P.S. D Mocinha und Ihren Göhren auch ein fröhliches Weihnachtsfest und Neues Jahr.

Richard

Boaiadas


[1] Akkord ist auf Deutsch keine Vereinbarung, sondern gleichzeitig gespielte Noten z.B. am Klavier oder auf der Gitarre.

[2] In diesem Fall Rhea americana

[3] Vieh

[4] Vorbeikommen, wahrscheinlich hat er das Verb „passieren“ benutzt, weil es auf Portugiesisch „passar“ heisst

[5] Geschäftsführung

[6] Gestorben

[7] Bilanz

 

Porto Tibiriçá, 20.12. 35

Minha querida menina!

Primeiramente quero te desejar uma ótima comemoração de Natal. Espero que não esteja em casa durante todos os dias de festas e que saia um pouquinho da sua toca. Você conhece muita gente em São Paulo que poderia visitar. Eu vejo isso mais claramente daqui, pois nesses dias de feriado a única visita que farei  será em meus pensamentos, que levarei demoradamente até você.

Eu viajei por uns dias e por causa disso ainda não consegui responder a sua última carta, mas para ser sincero não há muito para ser escrito. Quanto ao que aconteceu em Joinville, agora você tem que deixar os seus advogados trabalhar. Além do mais, o acordo[1] que você fez não é ruim. Você pensou em tudo sozinha? Em todos os casos, cuidado. Para nós lá em casa a coisa foi tão longe que o tribunal de heranças colocou o terreno disputado a venda para atender os diferentes interessados na disputa. A verdade é que atualmente isso é tudo ilusório para mim, por que o dinheiro, que é por volta de 20.000 $, não pode sair da Alemanha. De qualquer forma até agora não recebi a decisão do tribunal de heranças em minhas mãos. Mas isso não importa, pois posso cuidar de mim mesmo. O que vier de acréscimo é um divino presente.

Você me perguntou como foi que eu peguei os filhotes de ema[2], na verdade foi mais fácil do que podíamos imaginar. Eu desci do carro, peguei duas daquelas coisinhas e coloquei na caixa. Estávamos atravessando o campo de carro numa boa velocidade, aproximadamente 40 km/h, já havíamos avistados algumas emas que não se intimidaram facilmente com a nossa presença, afinal já são acostumadas com as grandes boiadas que passam por aqui. Elas não se assustam nem um pouco com as pessoas, assim como não se assustam com os bois no campo. A gente foi com o carro em direção a um casal de emas que nem nos deu bola e que apostou que íamos desviar. Tivemos que parar para que não fossem atropeladas. Descemos do carro e elas começaram a se movimentar bem devagarinho, aí vimos os oito jovenzinhos do tamanho de galinhas. Eu, que queria um casal para levar para a gerência faz tempo, saí correndo atrás deles de supetão, que fugiram. Os pais abriram vagarosamente as asas e mancaram simulando que estavam semi-mortos, um mecanismo de defesa para nos afastar de lá. O motorista e os outros passageiros caíram nessa, mas eu logo vi onde os filhotinhos se esconderam e consegui pegar dois, meus acompanhantes também queriam fazer uma caçada, mas eu os impedi rapidamente e fomos embora. Depois disso, os outros 6 se agruparam e saíram dalí juntos.

Uma hora depois a gente encontrou mais emas com crias e o motorista também queria um filhote. Eu não pude fazer nada para evitar que ele também pegasse um para si, mas ele não sobreviveu. Já os dois que foram para gerência estão bem bonitos e são dóceis. Esses animais precisam de uma grande área para viver e por esse motivo não podem ser criados em qualquer lugar.

Este mês não enviarei dinheiro, vou deixar isso para a primeira semana de janeiro, pois preciso comprar algumas coisas pessoais e devagar vou também começar a me ocupar com a aquisição de alguns utensílios domésticos. Não faz sentido comprar muito, mas alguma coisa tem que ser nossa. Finalmente a casa está pronta. Os quartos estão uma graça com o revestimento da fachada de cor natural. A varanda proporciona uma vista linda para o rio e para a outra margem. O jardim ainda está precisando ser preenchido por plantas, mas isso vai mudar assim que eu tiver tempo para trabalhar nele. Em primeiro lugar, antes de começar a mexer na casa, temos que fechar o balanço.

Talvez o menino Jesus já tenha passado por aí quando você receber essa carta. Em 3 meses nos veremos novamente e partir de agora até o fim de ano meus desejos te acompanham sempre e pode saber que eles são muito bons. 

Agora vou finalizar de verdade.

Mais um beijo do seu Richard

P.S. Deseje à Dona Mocinha e seus pestinhas um feliz Natal e ano novo!

Do seu Richard



[1] No original ele usou a palavra “Akkord” que significa acorde musical, para falar do acordo dos advogados.

[2] Rhea americana

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